Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.
Fiz retiradas da previdência para quitar um imóvel; mudo de aplicação?
Pergunta enviada pelo leitor A.C.G., de Pirassununga (SP).
Samy - Em sua pergunta completa, você diz que tem 50 anos e que aplica cerca de R$ 238,00 por mês na previdência privada, com taxa de administração de 2,2% ao ano.
Independentemente das retiradas realizadas, definir qual a melhor modalidade para aplicação tendo em vista ganhos ao longo da aposentadoria é fundamental, e muitas vezes os planos de previdência privada oferecidos não chegam a ser tão interessantes quanto parecem nas campanhas publicitárias. Se por um lado eles possuem benefícios fiscais, por outro a vantagem pode sumir quando as taxas são muito altas.
Para poder realizar um cálculo mais preciso quanto à melhor modalidade para investimento, é necessário definir alguns parâmetros que influenciarão a rentabilidade futura do capital.
Para começar, deve-se definir o prazo de aplicação, sendo dez anos ou mais uma estimativa favorável para os planos de previdência com tabela regressiva, já que estes possuem a menor alíquota do IR (10%) a partir desse período. Na simulação a seguir, será adotado o prazo de 15 anos.
Também foi adotada uma expectativa média da inflação real para o período, sendo a meta do governo, 4,5% ao ano, uma estimativa razoável. Consideraremos aportes mensais de R$ 238,00, e assumiremos renda mensal de R$ 4.000 ao mês, que proporcionam ganho fiscal em torno de R$ 642,60 no PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) ao longo do tempo.
Além do IR, há outros custos a serem considerados para o PGBL e o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre). Utilizamos a taxa de administração de 2,20% ao ano e não consideramos taxas de carregamento e de saída.
Há de levar em conta as variáveis relativas à aplicação por conta própria -no caso, o Tesouro Direto, um instrumento de baixo risco e rentabilidade bastante vantajosa. Para essa opção, foi incorporada a taxa de custódia de 0,30% ao ano e isenção de taxa de corretagem.
Nessas condições, o Tesouro Direto aparece como a opção de investimento mais vantajosa, oferecendo um valor de resgate líquido ao final do período de R$ 100.810,15. Esse montante equivale a um aumento do poder de compra quando comparado à inflação de 65,82%. Contudo, o PGBL com tabela regressiva do IR não fica tão longe e totaliza R$ 98.410,32 após os 15 anos, representando 61,87% de aumento do poder de compra.
A pior aplicação fica a cargo do VGBL com tabela progressiva do IR, que paga apenas R$ 81.309,31.
Caso migre para o Tesouro Direto, o valor poderá ser resgatado de acordo com a sua necessidade. Mas alterações nas condições do mercado, no prazo da aplicação e no capital investido inicialmente poderão modificar o retorno obtido. É preciso uma pesquisa cautelosa antes da troca para evitar surpresas.
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