Coluna é publicada aos domingos.
Designer transforma quadros em figurinos estampados
Nascida e criada em um ambiente que exalava arte, a designer paulistana Kika Simonsen deu seu primeiro mergulho nesse universo ainda de forma precoce. Aos sete anos de idade, a garota, tímida que só ela, encontrava dificuldade de se expressar. Imagine, então, em cena.
Nas aulinhas de teatro do colégio britânico St. Paul's, onde estudou, uma peça infantil se propunha a discutir a Renascença. Coube a Kika um papel que não exigiria nenhum malabarismo: "interpretar" a Mona Lisa. "Acho que a escolha se deu também devido ao meu sorriso, que expressava ao mesmo tempo alegria e seriedade", filosofa Kika, 27.
Conhecida também como La Gioconda, Mona Lisa é o mais famoso quadro do mestre italiano Leonardo da Vinci. Foi pintado no século 16, em Florença (Itália). Pertence ao governo francês e é o principal responsável por filas e multidões no Museu do Louvre, em Paris.
Karime Xavier / Folhapress | ||
Kika Simonsen |
Foi a capital francesa, por sinal, o destino das férias seguintes de Kika, que, àquela altura, já estava pronta, na avaliação dos pais, para visitar o Louvre e ver de perto a musa que interpretou. Só que, naquele dia, o museu estava fechado. Inconformada, a criança deu um barraco, controlado apenas no dia seguinte, quando ela voltou para conhecer a obra. "Fiquei lá em frente ao quadro pensando: 'Tá, mas por que ela é tudo isso?'", lembra.
De volta a São Paulo, já não tinha dúvida: seu negócio era a arte. Começou a pintar aos 15. Dois anos depois, fez um trabalho hiper-realista: um quadro de 2 m de altura por 1 m de largura, em que retratava uma amiga correndo de costas com um longo vestido.
Formada em design gráfico, arte e moda, fotografava os próprios quadros, manipulava as imagens e as imprimia em tecido. Em maio do ano passado, desfilou no casamento de uma amiga, em Miami, com um vestido de estampas inspiradas no cubismo de Pablo Picasso. Os convidados ficaram curiosos. "Queriam saber a grife, onde eu havia comprado a peça", lembra.
Voltou ao Brasil decidida a dar mais um sentido ao seu ateliê, que ocupa uma ampla e arborizada casa no Jardim América. De lá, saem camisetas, vestidos, saias e batas, além de macaquinhos de seda, viscose e malha com acabamento rendado, cortes retos e assimétricos. Vendida em sites e lojas da capital, a coleção traz peças com preços que vão de
R$ 300 (camiseta) a R$ 3.000 (vestido de seda em três camadas).
Até o momento, ela não criou nenhuma estamparia digital com referências à Mona Lisa. "Seria muita pretensão dar uma de mestre do Renascimento", brinca Kika, desta vez trocando o ar enigmático da Gioconda por um sorriso de alegria escancarada.
*
Divulgação |
Fabiana Cozza |
QUAL É A BOA DO DOMINGO?
"A exposição de arte 'África Africans', no Museu Afro Brasil. É a maior exposição de arte contemporânea africana já realizada no país, com a curadoria assinada pelo importante artista plástico Emanoel Araujo. Há muitos motivos para esta sugestão: um deles está na possibilidade de redimensionar e desmistificar o imaginário —reducionista e empobrecido— que temos, na maioria, do Continente Africano. Outros são a beleza, a crueza e os caminhos sugeridos nas obras. 'África Africans' somos nós e tantos nós. É um 'não lugar', um renascimento para um continente que está muito além dos livros 'didáticos'."
Fabiana Cozza, 39, cantora. Perdizes
*
NUMERALHA
17.255 pizzas foram servidas na pizzaria Rossopomodoro, do Eataly, desde a inauguração, em 19 de maio.
*
Pedro Ladeira/Folhapress |
José Dirceu |
NÃO QUERO NEM COMO VIZINHO
"O ex-ministro José Dirceu. E agora, José? Depois do mensalão e do petrolão, quantos "ão" ainda virão?"
Julio Cesar Salatini, 50, analista financeiro. Alto da Lapa
Livraria da Folha
- Coleção "Cinema Policial" reúne quatro filmes de grandes diretores
- Sociólogo discute transformações do século 21 em "A Era do Imprevisto"
- Livro de escritora russa compila contos de fada assustadores; leia trecho
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade