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Negros de todas as partes de SP são tema de documentário
Uma câmera na mão, um sorriso largo no rosto e uma pergunta na ponta da língua: "O que você tem a dizer?". É com essa disposição que a atriz Thereza Morena, 31, sai de seu apartamento, na Vila Madalena, para colher depoimentos na rua, no metrô, nos carros parados no trânsito, nos parques da periferia, nos shows ou em meio às manifestações que assolam a avenida Paulista.
Com o resultado, ela pretende compor um documentário que discorra sobre a negritude paulistana. O projeto, desenvolvido por meio de financiamento coletivo, deverá estar pronto no início do ano que vem.
O testemunho de quem escolheu como morada a maior metrópole da América do Sul promete ser tão diversificado quanto a própria cidade.
Numa padaria em Santo Amaro, conversou com trabalhadores da construção civil que vieram de Burkina Fasso. Nos Jardins, ouviu um marceneiro. No Paraíso, trombou com um executivo de Brasília de passagem por Sampa. Neste sábado (22), ela pretendia registrar conversas com um grupo de jovens da periferia.
De comum, todos os personagens têm a pele negra "em suas várias tonalidades", diz.
Quais são seus sonhos? Por que escolheram viver aqui? O que esperam do futuro? São coisas assim que interessam a Thereza. "Até agora, o que eu sei é que o negro quer falar", afirma ela, que, filha de mãe mineira, negra, com pai pernambucano, branco, se diz paulistana por escolha. "Independentemente de eu ser chamada de morena, sei que sou negra. Amo a minha cor. Só quero ser tratada como igual."
Nas redes sociais, ela já desenvolve um trabalho, chamado "Black Stage", que se baseou em experiências internacionais sobre cultura, moda, cinema e ensaios fotográficos.
O blog e o Instagram, elaborados em parceria com o marido, o fotógrafo André Peirão, 32, foram o embrião para o casal avançar sobre o documentário.
"Nosso desejo é que o filme se torne uma plataforma de pesquisa sobre o negro empoderado na cidade mais multicolorida do país e que corra o mundo!"
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NUMERALHA
300 pares de sapatos (novos ou usados) precisam ser coletados entre os paulistanos até o dia 11 de setembro para a mostra "Chiharu Shiota - Em Busca do Destino", que irá ocorrer no Sesc Pinheiros (sescsp.org.br )
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Tv Globo/Divulgação |
A atriz Adriana Esteves como Inês |
NÃO QUERO NEM COMO VIZINHO
"A Inês, o Aderbal Pimenta e a Regina, de 'Babilônia'. Sobrou chatice e faltou humor. Saudade da Carminha. Que venha logo a nova novela de João Emanuel Carneiro"
Lúcia Gomes, 49, pesquisadora. Lapa
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QUAL É A BOA DE DOMINGO?
"Redescobrir o centro de bicicleta. Um passeio com saída do Memorial da América Latina, passando pelo parque da Água Branca e cruzando a Santa Cecília até chegar ao centro. Lá, pode começar passando pelas grandes atrações, como Sala São Paulo, Pinacoteca, Museu da Língua Portuguesa... Depois, seria interessante ver o movimento da praça Roosevelt e estacionar sua bike no Copan, perto do restaurante Dona Onça (bardadonaonca.com.br). Antes de almoçar, dê um passeio a pé ali para ver outra área que está se reinventando. A Galeria Metrópole e duas outras opções pra comer bem e barato são o Ramona (casaramona.com.br), na São Luís, e o Paribar (paribar.com.br), na praça Dom José Gaspar."
Raí, 50, ex-jogador, empreendedor social. Sumaré
Livraria da Folha
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