Formada em cinema pela Faap, tem macaquinhos no sótão, orelhas de abano, língua de trapo e ideias de girino (às vezes de jerico também).
Todos pela Copa
Sábado, 16h, avenida Paulista, vão-livre do Masp, São Paulo. Encontro marcado no meio de adolescentes do "rolezinho" da Paulista, de poetas que vendem livros, de hippies que oferecem bijuterias de penas e do pessoal pedindo paz em algum lugar (não deu para entender onde), soltando balões brancos que ficam presos no teto do vão-livre como em uma festa de casamento.
Ali há também meninos e meninas de todas as idades: crianças, adultos, adolescentes, todos trocando figurinhas como se não houvesse amanhã. Na minha conta, calculo umas 500 pessoas com bolos e mais bolos de cromos de jogadores na mão.
Gabo consegue trocar as últimas quatro figurinhas que faltavam para completar o seu álbum. E oferece ao Benja todas as suas repetidas. Oba!
Com elas, dá para completar as seleções do Brasil, México e Itália (quem quiser trocar com o Benja, ainda faltam 53!). Rapidamente, os meninos se desinteressam pelas figurinhas e começam a jogar futebol com umas tampinhas de garrafa do chão.
Do nosso lado, surge uma roda maior -não para trocar figurinhas, mas para organizar um dos protestos contra a realização da Copa. Em dado momento, o pessoal do protesto grita em uníssono: "Não vai ter Copa!"
Mas a turma das figurinhas não está nem aí, continua na atividade feérica e alucinada da troca.
Querendo ou não querendo, todos estão ali pelo mesmo motivo: a Copa.
Daniel Bueno | ||
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