É jornalista com mestrado em Administração Esportiva pela London Metropolitan University, da Inglaterra.
O sorriso de Alessandro
Alessandro era um pré-adolescente quando sua irmã mais velha, Cristina, uma nadadora promissora e com aspirações olímpicas, morreu num acidente de carro. Ele começou a correr de kart, conseguiu rápido sucesso nas pistas, virou piloto.
Alessandro era piloto quando teve as pernas esmagadas numa pancada em um oval. No helicóptero, a caminho da mesa de cirurgia, sofreu várias paradas cardíacas e precisou ser reanimado sete vezes. Perdeu 75% do sangue.
Recebeu alta um mês e meio depois. Deixou o hospital sorrindo. E continuou piloto, competindo em categoria de ponta, ganhando corridas com comandos adaptados no volante dos carros.
Alessandro quis novos desafios. E na quarta, lança-se em mais uma grande, improvável aventura.
Às 15h10 locais, 11h10 de Brasília, Alessandro Zanardi, 45, bicampeão da Indy, 41 GPs na F-1 por Jordan, Minardi, Lotus e Williams, estreia na Paraolimpíada de Londres.
Competirá de handbike, na categoria H4, para atletas que têm a capacidade de movimentar a coluna, ajudando na impulsão. E, mais uma ironia nessa vida de roteiro de cinema, marcada por quedas violentas e reações espetaculares, buscará o ouro num... autódromo.
O circuito inglês de Brands Hatch, onde ele correu de F-3000 em 1989 e 1991, foi escolhido para receber as provas da modalidade nos Jogos Paraolímpicos.
Bem ao seu estilo, Zanardi brinca com a coincidência: "Da última vez em que estive aqui, fazia a pista umas cinco vezes mais rápido!".
Ele disputará três provas: endurance, velocidade e revezamento.
São grandes as chances de o italiano conquistar ao menos um ouro, na primeira: em 2011, em sua quarta tentativa, venceu a Maratona de Nova York.
Se acontecer, será mais um capítulo (provavelmente, não o último) de uma incrível história de superação. Um exemplo, dos maiores, de como o esporte pode mudar a vida de alguém --várias vezes.
Uma bofetada em todos aqueles que reclamam de problemas comezinhos do dia a dia. Eu, quando o faço, procuro olhar esta imagem aqui: www.bit.ly/fotozanardi.
E fico me achando um completo idiota.
SPA
Na Bélgica, onde tudo começou em 1991 e onde completa 300 corridas neste final de semana, são grandes os indícios de que Schumacher renovará o contrato com a Mercedes e correrá mais uma temporada na categoria.
Pode ser uma notícia ruim para Massa, que terá uma porta a menos para bater caso seja dispensado da Ferrari --no que não acredito.
Mas será certamente ruim para Barrichello, que perderá, dessa forma, o único recorde que conquistou na F-1, o de GPs disputados.
fabio.seixas@grupofolha.com.br
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