É jornalista com mestrado em Administração Esportiva pela London Metropolitan University, da Inglaterra.
A oportunidade
Sorte. A expressão foi usada por Massa, no início da semana, em sua apresentação à equipe Williams.
"Sou um piloto de muita sorte. Estive tanto tempo na Ferrari e agora estou mudando pra cá."
É delicado falar em sorte na vida e no esporte, ainda mais num ambiente tão técnico como o da F-1.
Por mais que ela seja invocada, fuçando bem sempre se encontrará uma explicação lógica para um evento --às vezes, do tamanho de um parafuso e valendo poucos centavos.
A chegada de Massa à Williams foi a conclusão de uma negociação complexa, com idas e vindas, com outros cenários no horizonte. É resultado do trabalho de seu empresário, da política da categoria e dos desentendimentos de Maldonado com a equipe.
Sim, é claro que dá para entender o sentido que o brasileiro quer conferir à situação. Mas eu usaria outra. Oportunidade.
Que piloto é Massa?
Tempos atrás fiz esta pergunta numa coluna. É aquele que conquistou 11 vitórias em dois anos e que foi vice-campeão heroico em 2008? Ou é o piloto insosso das últimas temporadas, da "nuvem negra" sobre a cabeça, para citar outra expressão usada por ele?
Na Williams, ele terá, enfim, a oportunidade de responder.
Chega a uma equipe com muita história, boa estrutura e com um espírito de renovação. Último garagista da F-1, Frank Williams a cada dia cede mais espaço para Claire, sua filha, no comando da equipe.
O temporal das montadoras fez estragos, mas passou. A Williams sofreu abalos, mas ficou em pé. E Claire, sangue novo e cheia de fôlego, conduz essa reconstrução.
Massa terá ainda a oportunidade de trabalhar com a Mercedes. Não sabemos como será o V6 de 2014, mas o V8 de 2013 é o motor mais potente da categoria. É ótimo sinal.
Mas a melhor oportunidade que terá será a de ser líder. Bottas, seu futuro companheiro de equipe, é um piloto com apenas uma temporada de experiência e só chegou à F-1 por ter como empresário um acionista do time.
Em seus anos de Ferrari, Massa trabalhou com dois pilotos que sabem fazer a equipe trabalhar por eles, Schumacher e Alonso. Viu de perto, e sentiu, como essas coisas funcionam. Na Williams, tem carta branca para desempenhar o mesmo papel.
Vai conseguir? A oportunidade está dada. Que sorte.
OUTRO FELIPE?
A semana que vem será de muita conversa em Interlagos. Quarto colocado no campeonato da GP2, Nasr tenta fechar contrato para correr na F-1 no ano que vem.
Ele negocia com Force India e Sauber, que paralelamente falam com a Petrobras. Pode rolar um bem bolado nessa história.
fseixasf1@gmail.com
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