É jornalista com mestrado em Administração Esportiva pela London Metropolitan University, da Inglaterra.
Bloco de notas
Prepare-se. Os carros da F-1 em 2014 serão horríveis. Lembra dos bicos-degrau, de 2012? Requinte e refinamento perto do que vem por aí.
Não é achismo. É a tônica dos relatos dos engenheiros que conceberam os modelos e dos pilotos que já os viram. O motivo, como há dois anos, está no Regulamento Técnico. Em meio às suas 88 páginas, com dezenas de desenhos e diagramas e pouquíssimo espaço para a criatividade, há um buraco.
Uma brecha que permite um ganho aerodinâmico se os engenheiros projetarem um pedaço do bico até o aerofólio dianteiro. Entrarão em cena os bicos-banana.
O primeiro choque virá no dia 28, em Jerez, com a abertura da temporada de testes. Repetindo: prepare-se.
A Lotus já avisou que não estará na Espanha. O E22 só deve entrar na pista no meio de fevereiro, nos testes do Bahrein.
Quarta colocada em 2012 e 2013, a equipe está em dificuldades financeiras há meses e deve perder terreno em 2014. Uma pena. A Lotus prometia chacoalhar um pouco a relação de forças na F-1, mas deve mesmo é ficar pelo caminho.
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Estávamos no início de 2000, no aeroporto de Melbourne. No balcão da companhia aérea, pai e filho buscavam informações. Ambos com sorrisos largos, como quem vivia um sonho.
Eles viviam. Aos 20, Jenson tinha acabado de estrear na F-1, pela Williams. Àquela altura, o desconhecido John parecia ser só mais um vaidoso pai de piloto.
O tempo passou. Jenson tornou-se campeão mundial e John conquistou o paddock com seu jeitão fora da curva: simpático, bom de copo, falastrão, chegado numa boa farra. Mas, acima de tudo, pai. Companheiro de primeira hora.
A imagem que ficou para este colunista, porém, é aquela: o pai levando o filho para sua primeira volta ao mundo.
A vida de Jenson será muito mais difícil a partir de agora.
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Só a Caterham ainda não anunciou sua dupla de pilotos, mas está entre Kobayashi, Pic e Van der Garde.
Com isso, pelo segundo ano consecutivo o campeão da GP2 é esquecido. O que é uma pena: a categoria imediatamente anterior à F-1 já começa a se parecer com a F-3000 dos tempos ruins.
Quarto colocado no último campeonato, Nasr ainda não tem destino certo em 2014.
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De Gary Hartstein, ex-médico da F-1, sobre a falta de boletins médicos atualizando o estado de Schumacher: "É preciso paciência. Longos períodos sem notícias são perfeitamente normais em casos assim".
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Aos 87, morreu Emilio Zambello, personagem histórico, fundamental, do automobilismo brasileiro. Só nos resta agradecer de coração.
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