É jornalista com mestrado em Administração Esportiva pela London Metropolitan University, da Inglaterra.
Jogando para a galera
Se na semana passada a coluna falou sobre projetos da FIA, nesta o assunto são as decisões da entidade.
Se na semana passada a coluna elogiou a ideia de restringir os julgamentos e liberar as disputas na pista, nesta pretende contextualizar o leitor.
Ecclestone usa alguns métodos ultrapassados, mas obviamente ainda tem qualidades. E talvez seja o homem, em todo o planeta, que melhor comanda esse negócio chamado esporte.
(Foi um dos grandes responsáveis por transformar o esporte em negócio, diga-se.)
E uma de suas mais características qualidades, desde sempre, foi a de criar factoides. Principalmente quando a F-1 anda sumida do noticiário.
No final da última semana, em plena Copa do Mundo, o Conselho de Esportes a Motor anunciou uma série de medidas para o ano que vem.
Pronto. A F-1 conseguiu furar o noticiário boleiro e surgir nas homepages internet afora.
"F-1 terá relargada parada em 2015", foi a manchete básica pelo mundo, com um ou outra variação. Foi este o aspecto que mais chamou a atenção no documento divulgado pela FIA.
Difícil de acontecer. E bizarro. Imagine, após um longo período de safety-car, os carros todos parando no grid e esperando as luzes vermelhas apagarem para só então voltarem à disputa.
A Pirelli já reagiu com um choque de realidade.
"Isso envolve uma série de questões, não apenas as quedas de temperatura e de pressão dos pneus. Há também o risco de superaquecimento dos carros", disse Hembery.
Button foi na mesma linha. "Largando com pneus frios e usados, vai ser difícil manter os carros na pista. Isso poderia causar alguns desastres", afirmou o campeão de 2009.
Em seu escritório em Knightsbridge, Ecclestone deve ter aberto um sorriso maroto ao checar a repercussão em meio a tantas notícias sobre futebol.
RUMO AO FIM
A Caterham nasceu como Lotus, em 2010, um sonho de Tony Fernandes, magnata malaio fissurado em velocidade.
Mudou de nome em 2012, mas manteve a postura digna, uma atitude de "racer". Nunca arrancou suspiros, é verdade, mas passou longe de empreitadas irresponsáveis e mercenárias tão comuns na F-1.
Essa história vai acabar. Começou a acabar na quarta-feira, para ser mais exato, quando foi vendida para um nebuloso consórcio de fundos árabes e suíços.
O grupo colocou como comandante do time o romeno Colin Kolles, que já afundou Hispania, Jordan, Midland e Spyker. E que quase fez o mesmo com a Force India.
Um especialista em fazer dinheiro para os outros enquanto brinca de ser dirigente de F-1.
Uma pena. Mais uma equipe pequena que vai para o buraco.
PITACO
Se for batido por Rosberg neste final de semana, em casa, Hamilton se descontrola de vez.
fseixasf1@gmail.com
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