É repórter especial da Folha. Foi secretário de Redação, editor de política, do "Painel" e correspondente da Folha em NY e Washington. Vencedor de quatro prêmios Esso.
Deprê
Editoria de Arte/Folhapress | ||
O Brasil produziu mais uma aberração: forte recessão, desemprego crescente e inflação em alta. Os dois primeiros elementos não combinam com o último.
Mas a química política de Dilma, Eduardo Cunha, PT e oposição criou o fenômeno. Ele já se revela também para 2016, a partir dos elementos do presente.
A lamúria de más notícias segue. Recordes de baixa, um atrás do outro. No consumo de serviços, no comércio e na indústria.
O PIB deve encolher 3% neste ano. Já pipocam previsões da mesma magnitude para a retração do ano que vem. Analistas mais certeiros projetam inflação rondando 7,5% em 2016.
Essa "jabuticaba" de forte recessão com inflação alta espelha muito o Brasil pouco produtivo e muito oligopolizado, com poucas empresas dominando grandes setores.
E nossa forte memória inflacionária, cheia de altas exageradas e "arredondamentos" sem lógica.
Some-se a isso a falta de horizonte para o atual impasse político, sem nenhum compromisso maior com o país.
Abre-se um salve-se quem puder entre os que têm condições de ditar preços e manter margens.
No dia a dia, cai rápido a renda média dos brasileiros. Depois de perder 4,3% em setembro (sobre set.14.), quem trabalha recebe hoje, em média, R$ 2.180/mês. Com viés de baixa.
Muito em breve teremos o desemprego entrando na casa dos dois dígitos. Talvez antes do fim do 1º trimestre do ano que vem.
A taxa de 7,6% na média das seis principais capitais em setembro (era 4,9% há um ano) tende a ganhar novo impulso após a sazonal atividade de fim de ano.
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O país perdeu 1,2 milhão de empregos formais nos últimos 12 meses. Foi o pior resultado para o mercado de trabalho desde 1992. Há famílias por trás desses números.
Abaixo, é possível conferir a trajetória do emprego formal dos últimos 14 anos. Este será o primeiro negativo nesta série.
A ferramenta permite analisar os dados gerais no país e por Estado desde 2002. No mapa, as perdas setoriais (também gerais e pelos Estados) em 2015.
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