Ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.
Você nunca viu alguém tocar piano assim
Ao ler esse título, você deve estar pensando que eu estava numa incrível sala de concerto, ouvindo um não menos incrível pianista.
Não. Estava num laboratório-escola que, para mim, é um paraíso educacional.
Refiro-me ao Media Lab, do MIT, onde ontem eu vi --e ouvi-- uma invenção.
Vi e ouvi, perplexo, a imagem do pianista, em tamanho real, sentado no instrumento musical.
Vemos os dedos dele passando pelo teclado. Imagine o pianista dando um concerto em Berlim e, ao mesmo tempo, tocando as teclas na sua casa em São Paulo Veja aqui.
O que me impressiona no Media Lab é que todo o processo educativo é voltado ao empreendedorismo e à imaginação.
Não tem sala de aula. Professores e alunos ficam inventando coisas em estações de trabalho, num jeito multi e interdisciplinar de aprender.
Para fazer o pianista sentar na sua casa, mesmo estando longe, tiveram de juntar de engenheiros a músicos, passando por designers.
Não há currículo. O aluno faz seu currículo. E pode completar as aulas em qualquer universidade.
É de uma informalidade (e generosidade) que nunca vi no mundo acadêmico.
Eu estava desenvolvendo um projeto em Harvard de plataformas digitais para as cidades (Catraca Livre). Precisava de ajuda. Mostrei lá o projeto e, sem matrícula, sem assinar documento, eles incluíram o projeto em um de seus departamentos para receber apoio de pesquisadores.
E, assim, vão saindo as mais divertidas e úteis invenções. Uma delas começa a rodar nesse ano para ajudar as cidades a ficarem mais limpas e menos congestionadas: o menor carro do mundo que, depois de estacionado, encolhe (imagens aqui). Jovens desenvolvem um aplicativo para detectar à distância doenças no olho. Inventam-se próteses que redimensionam o sentido da deficiência.
O professor não apenas ensina, mas ajuda a inventar.
Como Einstein dizia, o papel da educação é estimular a imaginação.
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