Tem mais de 40 anos de profissão. É formado em ciências sociais pela USP. Escreve às segundas, quintas e domingos.
A frase que virou clichê para explicar o inexplicável volta à moda no Brasileiro
Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians | ||
Disputa de bola entre Marquinhos Gabriel, do Corinthians, e Paulo André, do Atlético-PR, em Itaquera |
Se o futebol não surpreendesse tanto certamente não seria o esporte mais popular do mundo.
Se certas frases não virassem chavões talvez fossem mais usadas e não corressem o risco de serem esquecidas como a do radialista Benjamim Wright (1919-2000), pai do ex-árbitro, e também comentarista de arbitragem, José Roberto Wright.
Vira e mexe reaparecem ao menos para as novas gerações tomarem conhecimento delas e de seus autores e para servirem como muletas para fenômenos que escapam da lógica simplificadora em busca de explicações para tudo.
Como entender a surpreendente vantagem corintiana em só 14 rodadas do Brasileirão mesmo após outra surpresa, o empate com o Furacão na incandescente Arena Corinthians com mais de 40 mil torcedores?
O 2 a 2 encontra respostas simplesmente nas ausências dos titulares Pablo, Arana e Rodriguinho?
Ou no golaço excepcional de Jonathan e na infelicidade de Balbuena, ao desviar de cabeça uma bola que sairia?
Arana não levaria a caneta que Moisés levou no primeiro gol paranaense, mas daria o passe para o gol de empate de Jô? Pablo será assim o velho Gamarra para fazer falta tão imensa? E Rodriguinho é o novo Renato Augusto?
Ou nada é tão importante como o trabalho de Fábio Carille, o disciplinado pupilo de Mano Menezes e Tite que, para quem gosta de exagerar, já supera os mestres?
Se o Corinthians estivesse jogando um futebol de sonhos tais perguntas nem seriam feitas.
Como não joga, e nem poderia jogar com o time que tem, as respostas podem ser encontradas nos concorrentes mais diretos, quase todos envolvidos com a Libertadores, objeto de desejo maior que o Brasileirão, ou ainda com a Copa do Brasil, não tão relevante, mas com seu inegável charme e significado.
Renato Portaluppi vaticinou que o Corinthians, mais cedo ou mais tarde despencará, perderá três vezes seguidas como aconteceu com o seu Grêmio, o time que pratica o futebol mais vistoso do país.
Será mesmo o bastante para a diferença desaparecer, desde que, é óbvio, os concorrentes também não tropecem.
A sólida vantagem corintiana não garante nada diante do tanto de Campeonato Brasileiro ainda pela frente.
Em meio ao inesperado, contudo, não surpreenderá se mantiver, e até se ampliar, a vantagem porque, diferentemente de seus perseguidores, com exceção do Flamengo, com tempo para descansar e treinar.
O Flamengo possui jogadores mais decisivos, mais valiosos e mais qualificados, só não tem ainda um time, coisa que o Corinthians tem. Time médio e bem organizado.
Ninguém tinha visto no Brasileiro de pontos corridos um grupo fazer seus concorrentes comerem tamanha poeira tão rapidamente. Só que o Furacão mostrou que tudo que é sólido pode se desmanchar no ar.
Right or wrong?
SEM SURPRESA NO TÊNIS
Marcelo Melo só surpreendeu quem não acompanha o tênis de perto, embora os jogos de duplas estejam longe de terem a mesma cobertura que os de simples.
Após a vitória em Roland Garros em 2015, agora Wimbledon, num jogo que parecia não acabar nunca.
Benditos dez minutos para esperar o teto retrátil.
A dupla rival sentiu a parada.
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