Tem mais de 40 anos de profissão. É formado em ciências sociais pela USP. Escreve às segundas, quintas e domingos.
Fim do Brasileiro só comprova como a fórmula é boa
Luis Moura/WPP/Folhapress | ||
Jogadores do Corinthians recebem a taça de campeão do brasileiro 2017 |
Nenhum paulista venceu na última rodada do Brasileirão: o Corinthians, o Palmeiras e a Ponte Preta perderam fora de casa e o Santos e o São Paulo empataram em seus estádios.
Assim mesmo um foi campeão, outro vice e o terceiro ficou em terceiro: Corinthians, Palmeiras e Santos.
E o São Paulo ainda alimentou até quase o fim de seu jogo no Morumbi, com mais de 60 mil torcedores, a possibilidade de ganhar uma vaga na Libertadores.
Pela via do pornográfico G9, o que dá lugar a mais da metade dos times que não caíram para a Série B, desde que o Flamengo ganhe a Copa Sul-Americana.
O que fará o Galo sonhar com a vaga que esteve perto de poder ser desejada pelo São Paulo.
A derradeira rodada garantiu dois times improváveis na primeira fase da Libertadores: o Vasco e a Chapecoense.
O Vasco, justiça seja feita, segundo prometeu Eurico Miranda, talvez sua única promessa cumprida nas últimas três décadas.
E a Chapecoense um ano depois da tragédia que abalou o mundo do futebol e segue transtornando a vida das famílias dos que morreram.
A Série A do ano que vem terá quatro clubes nordestinos: Bahia, Vitória e Sport, que permaneceram, e o Ceará, que subiu.
O Sul perde dois times, o Coritiba e o Avaí, mas tem de volta o gigante Inter e o Paraná Clube.
Os dramas vividos na Ilha do Retiro, onde o Sport derrotou o campeão; no Barradão onde o Vitória levou a virada do Flamengo, garantido na fase de grupos da Libertadores, no fim do jogo e acabou salvo pelo segundo gol da Chape, na Arena Condá, que derrubou o Coritiba; no estádio Nilton Santos que viu o Cruzeiro virar e o empate tirar o Botafogo da Libertadores; em São Januário, com Nenê batendo pênalti na trave quando estava ainda 1 a 0 e que mataria o jogo com a Ponte Preta; o jogo de sete gols no Horto, com os meninos do Grêmio levando o Galo à loucura até a vitória por 4 a 3 –mais dois gols de falta de Otero, o maior especialista do ramo em nosso futebol.
Quase tudo com casas cheias, porque o campeonato por pontos corridos só acaba quando termina.
Este, de 2017, por sinal, nem isso.
Porque vascaínos e atleticanos vão torcer para o Flamengo colocar uns na fase de grupo e outros na chamada pré-Libertadores.
Tem quem não goste. Azar deles.
ACELERA, AGRIPINO
Anos após fundar o ridículo "Cansei", João Agripino Doria cansou de brincar de prefeito e, ainda com menos de um ano de gestão, quis brinquedo maior, o Brasil, mas foi com tanta sede ao pote que o quebrou.
Agora se contenta, ao insistir em desrespeitar o eleitor, com um folguedo menor, embora enorme, o Estado de São Paulo, quem sabe com a finalidade de fazer com o mar paulista o que pretende com o Pacaembu e Interlagos: privatizar tudo, velozmente, como os automóveis passaram a trafegar nas marginais, autorama assassino que tantas mortes já causou e ainda causará, segundo revelou ontem (3), o repórter Fabrício Lobel, nesta Folha.
Para punir os maus políticos, os paulistanos apostaram no Agripino que esconde o nome, mas não imaginaram sua ambição desmedida e sem noção.
Acelere e vote. A vítima será você.
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