Médico formado pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina, onde foi diretor-clínico.
Escreve aos sábados.
Psicopatologia da violência
Nas passeatas pelas muitas ruas e avenidas brasileiras, a multidão reclamando contra o desgoverno do governo gritava repetidamente "sem violência".
A impressão inicial era de que se dirigiam à tradicional repressão policial. Mas o brado era dirigido igualmente aos desgarrados das verdadeiras intenções do protesto.
A agressividade e a violência em nosso meio, principalmente a gratuita, tem sido estudada há vários anos por psicólogos e psiquiatras.
A psicóloga e psicanalista Ana Cleide G. Moreira e colaboradores relatam na "Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental" pesquisa financiada pela Capes sobre agressividade e violência entre jovens.
Explicam que não se deve creditar a violência ao excesso de emotividade, mas que a irracionalidade da conduta desconhece a razão que a motivou. A violência tem a marca de um desejo -o emprego desejado da agressividade, com fins destrutivos.
O que poderia explicar os grupos de vândalos, a pessoa identificada como economista que foi presa por furtar uma joalheria e um choroso estudante de arquitetura preso após destruir furiosamente vidros da sede da Prefeitura paulistana.
Para os psicólogos, os adolescentes que praticam atos violentos estão respondendo ao meio que falhou com eles, relacionada a uma falha da família em orientar seus impulsos agressivos, pois nada se constrói que não o seja sobre algo que se soterra.
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