Médico formado pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina, onde foi diretor-clínico.
Escreve aos sábados.
A longa viagem do vírus da raiva
O vírus de um cão doente de raiva, quando morde uma pessoa, chega rapidamente ao cérebro, apesar de não usar a corrente sanguínea, como as bactérias.
A partir da periferia do nosso corpo, o vírus da raiva pode penetrar na rede de células nervosas (ou neurônios) e por seus axônios chega ao SNC (sistema nervoso central). Essa forma de transporte axonal de longa distância do vírus já era conhecida, mas ainda não tinha explicação.
Na última quinta (28), na revista "PLOS Pathogens", pesquisadores da Universidade de Tel Aviv, Israel, e do Instituto de Virologia Molecular de Greifswald-Insel Riems, Alemanha, esclarecem o mecanismo celular e molecular envolvido na infecção pelo vírus da raiva.
Eles mostram como ocorre o tráfego retrógrado desse agente patogênico, do nervo periférico (de um músculo da perna, por exemplo) até o SNC.
Para ir da periferia ao SNC, o vírus sequestra e passa a usar o sistema de transporte da neurotrofina, proteína que controla o desenvolvimento de células nervosas.
Para Eran Pertlson, Shani Gluska, Anja Bauer e demais colaboradores, inicialmente o vírus interage com uma neurotrofina para entrar no axônio de um neurônio. Em seguida, agarra-se à molécula NGF (fator de crescimento neural) e a uma outra proteína, a p75NTR.
Finalmente, inicia rapidamente sua viagem através dos axônios em direção ao SNC, na forma de "stop and go" (para e vai).
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