É jornalista e consultor na área de comunicação corporativa.
Criminoso não é torcedor
A morte do garoto ontem no estádio de futebol na Bolívia é um crime.
Um crime praticado por um criminoso que, ao disparar um foguete em direção a pessoas, tinha a intenção de causar danos.
Portanto trata-se de um crime doloso, passível da mais severa punição.
O fato de o criminoso estar na torcida do Corinthians e/ou ser torcedor não é atenuante nem agravante para o crime, tampouco envolve ou incrimina milhares de torcedores do time, ao qual este ato hediondo não pode nem deve ser imputado.
Há muitos anos não frequento estádios de futebol porque tenho medo de torcidas.
Mas amiúde, por morar perto do estádio do Pacaembu, acabo cruzando com grupos desta ou daquela agremiação.
Quase sempre é apavorante.
A maioria, claro, é gente do bem, está ali para se divertir. Porém sempre e sempre há os espíritos de trevas que espreitam uma oportunidade de fazer o mal e que acabam contagiando e/ou envolvendo mais gente.
É importante que se diga, portanto, que o crime que levou a vida de um garoto de 14 anos nada mais é que a transposição das fronteiras brasileira da impunidade de que desfrutam aqui os criminosos que se travestem de torcedores para extravasar sua selvageria.
Brigam, matam-se entre si, depredam patrimônio, ameaçam pessoas inocentes certos de que poderão fazer isso no próximo jogo, no próximo campeonato, em qualquer lugar.
O chamado país do futebol não aprendeu até hoje a lidar com esses crápulas, banindo-os dos estádios, colocando-os sob severa vigilância, coibindo sua fúria com a força da lei.
Não importa qual seja a cor de bandeiras ou de suas camisas - verdes, azuis, tricolores, branco e preto -, estes beócios não são torcedores são bandidos.
Bandidos que agora exportamos e que nos envergonham.
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