painel das letras
por Maurício Meireles
Maurício Meireles é jornalista especializado na cobertura de literatura, mercado editorial e políticas de livro e leitura. Escreve aos sábados.
Depois de nova estratégia da Saraiva, editores discutirão 'guerra de preço'
O Sindicato Nacional dos Editores de Livros vai decidir na próxima semana como se manifestar publicamente sobre a competição agressiva por descontos no varejo. "A guerra de preços deixa os livreiros enfraquecidos", diz Marcos Pereira, sócio da Sextante e presidente do sindicato. O assunto voltou à tona com a promessa da Saraiva de não comercializar títulos vendidos pela concorrência com descontos maiores que os seus. A coluna apurou que a manifestação não foi feita esta semana porque um grupo de editores mais irritado com a Saraiva não quer que o pronunciamento pareça uma defesa da rede de livrarias. A ameaça da rede desenha a possibilidade de um preço fixo estabelecido sem participação do Estado, como era no Reino Unido de 1889 a 1995. "Enquanto não temos a lei, é importante encontrar um pacto dentro do próprio mercado", defende Pereira.
Raduan internacional
A obra de Raduan Nassar passa por um ressurgimento internacional, processo que já vinha antes de ele ter sido semifinalista do Man Booker International Prize. Como a Folha antecipou à época, "Lavoura Arcaica" e "Um Copo de Cólera" foram traduzidos pela primeira vez para o inglês, pela Penguin inglesa.
Agora, a New Directions comprou os direitos para os Estados Unidos. Além dela, a obra de Raduan sairá pelas editoras SUR (Itália), Libri (Hungria) e Modernista (Suécia). A Sexto Piso, com os direitos de língua espanhola, já lançou "Um Copo" e prepara tradução de "Lavoura".
A Gallimard (França), que publicou edição única com os dois livros em 1985, prepara um volume separado de "Um Copo de Cólera".
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Tirinha de "Soppy - Os Pequenos Detalhes do Amor", de Philippa Rice, do selo Fábrica231, que sai agora em maio como aposta para o dia dos namorados |
Objetos de Lanzarote
Museu da Língua Portuguesa ainda trabalha para viabilizar a exposição "Saramago - Os Pontos e a Vista", uma das que estavam previstas antes do incêndio de janeiro.
O Ministério da Cultura autorizou, na quinta (28), a exposição a captar R$ 2,4 milhões via Lei Rouanet. Segundo a Fundação José Saramago, a proposta do museu é encontrar outro lugar para realizá-la e a ideia é que a mostra dure vários meses.
Se ela for à frente, a Fundação deve enviar para a mostra objetos pessoais do escritor morto em 2010, como seus óculos, sua máquina de escrever e a cadeira na qual sentava para ver o pôr do sol na ilha espanhola de Lanzarote, onde vivia.
Avaliação Em mais um front para tentar ser rentável, a revista "Pessoa" lança um serviço de leitura crítica de originais, fazendo sugestões de melhoras. A leitura será feita por Vanessa Ferrari, ex-Companhia das Letras, e pelo escritor Jacques Fux.
Paella Com a Espanha como país homenageado, o Salão da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil vai trazer os espanhóis Maite Carranza, Gemma Lienas e Ledicia Costas. De ilustradores, até agora virão Javier Zabala e Maite Gurrutxaga.
Livraria da Folha
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