Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
Escreve diariamente,
exceto aos sábados.
Aprovação de Dilma é menor entre microindustrial
Enquanto 65% da população brasileira em geral considerava, em março, o governo Dilma ótimo ou bom, nem 40% dos micro e pequenos industriais do Estado de São Paulo avaliavam a administração federal do mesmo modo.
Em abril, a aprovação caiu ainda mais entre esses empresários e chegou a 27%, de acordo com levantamento do pelo Simpi-SP (sindicato do setor) feito em parceria com Datafolha, KPMG e Universidade Mackenzie.
Editoria de arte/Folhapress |
"A análise do estudo mostra que um dos motivos para essa redução foi o fato de a presidente ter desonerado apenas as empresas de médio e grande porte. A inflação também pesou", afirma o presidente do Simpi, Joseph Couri.
Uma medida do governo permitiu que companhias deixassem de recolher 20% de contribuição previdenciária sobre a folha de salários para, no lugar, pagar 1% sobre seu faturamento bruto.
Para as micro e pequenas, no entanto, não houve modificações e a contribuição continua entre 2,75% e 4,6%.
"Parece até que há uma punição para as pequenas", diz o presidente da entidade.
Em relação ao governo estadual, a avaliação melhorou. Em março, 39% dos micro e pequenos industriais disseram que a administração era boa ou ótima. No mês passado, foram 46%.
"Não vejo nada específico que justifique esse aumento."
A última pesquisa estadual, em 2011, mostrava que 48% da população em geral aprovava o governo.
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Em mãos italianas
A italiana Salvatore Ferragamo, uma das grandes grifes globais de moda de alto padrão, assumiu o controle de suas lojas no Brasil.
A empresa negociava desde o ano passado com a Brasil Fashion, que operava as lojas da marca nos shoppings Iguatemi e Cidade Jardim, em São Paulo, e Leblon, no Rio, desde 2005.
A transação faz parte da estratégia da Ferragamo de retomar o controle das operações em mercados estratégicos para o grupo, segundo o CEO Michele Norsa.
"O Brasil tornou-se importante como mercado em si e, principalmente, como imagem, porque os brasileiros viajam o mundo."
Entre os planos está renovar as lojas paulistas em 12 meses, investir em comunicação e vender todas as categorias de produtos.
"Remodelaremos no Brasil como fizemos em Londres, Nova York e, agora, em Chicago e São Francisco, com mais espaço para expor produtos com tecnologia em iluminação e materiais", afirma.
Norsa diz que, após aprimorar as lojas já existentes, a marca avaliará a abertura de outras unidades.
Os calçados da grife são os itens preferidos dos brasileiros. "É uma característica da América Latina, essa identidade com sapatos, mais do que na Ásia e na Europa", diz.
€ 282 milhões foi a receita total do grupo no primeiro trimestre de 2013, o equivalente a R$ 735,50 milhões
9% foi a alta no faturamento ante o mesmo período de 2012
13% foi a expansão do faturamento na América Latina
€ 48 milhões foi o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização)
600 são as lojas em todo o mundo
3.000 é o número de funcionários
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Construção de hidrelétricas está atrasada, aponta Aneel
A maioria das hidrelétricas projetadas pelo governo federal está com o calendário atrasado, segundo um relatório concluído ontem pela Aneel (agência de energia elétrica).
Editoria de Arte/Folhapress |
Das 27 usinas programadas para gerar energia nos próximos anos, 20 têm cronograma em ritmo mais lento do que o previsto na concessão.
Entre elas, estão algumas das obras mais importantes do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que já tinham problemas nos últimos relatórios mensais.
A usina de Belo Monte, que está sendo construída desde 2011 no rio Xingu (PA), teve de interromper os trabalhos por causa de decisões da Justiça e invasões de índios.
A hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira (RO), parou quando operários incendiaram alojamentos e fizeram greves. As obras começaram em 2009, e a geração de energia deve iniciar neste ano.
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Luz tecnológica
O sistema elétrico brasileiro segue uma tendência global: a troca das medições eletromecânicas por redes inteligentes, conhecidas como "smart grid".
A Itron, empresa voltada a soluções na gestão de energia e água em 130 países, diz que o sistema melhora a eficiência no monitoramento do consumo e na correção de falhas, o que é bom para concessionárias e consumidores.
Editoria de Arte/Editoria de Arte/Folhapress |
O presidente e CEO da empresa, Philip Mezey, afirma que uma iniciativa criada pelo governo federal facilitará a mudança.
A Finep, agência vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, vai financiar e apoiar estudos na área.
Das três linhas de pesquisa, a que envolve "smart grid" atraiu o interesse de 60 instituições e 211 empresas. A seleção será divulgada na próxima semana.
"É muito animador ver o Brasil destinando recursos para inovação em energia, com projetos para 'smart grid' e também em outras formas de geração", diz Mezey.
Ele está no Brasil para uma conferência da Itron que começa hoje com entidades e estudiosos do setor. A empresa atua há 50 anos no país.
Zé Carlos Barreta/Folhapress | ||
Philip Mezey, CEO da empresa |
Com LUCIANA DYNIEWICZ, RONALDO PASCHOALINO e FELIPE LUCHETE
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