Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
Escreve diariamente,
exceto aos sábados.
Preço de energia em leilão beneficia segmento eólico
O preço-teto para o próximo leilão de energia, que ocorrerá em novembro, foi estabelecido em R$ 126 por megawatt-hora.
O valor, publicado ontem no "Diário Oficial da União", beneficiará o segmento eólico, em detrimento do solar.
Na última disputa, em agosto, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) havia fixado o preço em R$ 117 --considerado baixo pela indústria energética.
"Esse novo teto está na trajetória do que os setores têm pedido", diz a presidente da Abeeólica (associação de energia eólica), Elbia Melo.
Editoria de Arte/Folhapress |
"Ele reflete as mudanças econômicas --do câmbio e do IPCA-- e as exigências de nacionalização para financiamento do BNDES, que estão mais rigorosas", acrescenta.
A maior modificação no edital em relação aos anteriores é que os vendedores de energia não terão de receber caso seus parques fiquem prontos antes das linhas de transmissão.
"O valor-teto também está precificando isso. Antes havia uma garantia de recebimento", afirma Melo.
Ainda que o valor tenha aumentado, o incremento não deve ser suficiente para garantir a contratação de energia solar. Essa foi a primeira vez em que a fonte foi incluída em um leilão.
O mercado calcula que o preço mínimo para viabilizar a solar deveria ficar ao redor de R$ 165. "Talvez o governo queira experimentar a resposta das empresas ao valor."
*
Santo André planeja PPP para ampliar sistema de água
A Prefeitura de Santo André, na Grande São Paulo, planeja uma PPP (parceria público-privada) para aumentar o sistema de captação e tratamento de água do município.
Editoria de Arte/Folhapress |
O PMI (procedimento de manifestação de interesse) para selecionar empresas que queiram participar do projeto deve ser lançado nos próximos dias, segundo o prefeito, Carlos Alberto Grana.
O município tem garantidos R$ 89 milhões, obtidos por meio do governo federal, para bancar parte do investimento, segundo o prefeito.
O modelo de parceria com o setor privado será definido só depois do PMI. "[A empresa] deverá participar da construção e da gestão do serviço."
Hoje, do total de água consumido na cidade, 96% são comprados da Sabesp. "A meta é elevar a produção própria para 25% até 2015", afirma.
*
De volta para casa
Depois de quase seis anos longe das prateleiras dos supermercados, a Coca-Cola Light voltou a ser comercializada no Brasil.
De início, a bebida será vendida no Estado de São Paulo. Até o fim do mês, estará no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e nas cidades de Porto Alegre e Florianópolis. A meta é chegar a todo o país no próximo verão.
Rony Maltz/Folhapress | ||
Javier Meza, da Coca-Cola Brasil |
"Percebemos que havia um grupo de consumidores saudosos pelo produto. Para nós, foi muito simples tomar a decisão de atender a essa demanda", afirma Javier Meza, vice-presidente da Coca-Cola Brasil.
Cerca de 99% dos consumidores lembram da Coca-Cola Light e 33% manifestaram a intenção de voltar a comprar o produto, segundo uma pesquisa realizada pela companhia.
"O consumidor da Coca-Cola Light é mais adulto, com faixa etária acima de 30 anos, enquanto que a Coca-Cola Zero tem penetração maior na faixa de 20 a 30 anos. São produtos que se complementam", diz.
*
Lençol lusitano
A Belthia, grife portuguesa de artigos de luxo para cama, mesa e banho, investirá R$ 35 milhões na abertura de dez lojas no Brasil.
A expectativa é chegar, em um ano, às cidades de Ribeirão Preto (SP), Rio de Janeiro, Curitiba, Recife, Salvador e Belo Horizonte.
Em São Paulo, serão quatro lojas --uma delas na rua Oscar Freire.
"Identificamos um mercado em potencial para produtos de alto padrão no Brasil", afirma Helena Carneiro, responsável pela marca no país.
Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
Helena Carneiro, responsável pela marca no Brasil |
"Queremos por fim à necessidade dos brasileiros de viajar a outros países para comprar artigos de luxo."
Na grife, uma toalha de mesa pode custar cerca de R$ 10 mil.
Da fase de estudos até a abertura da primeira unidade, no D&D Shopping, neste mês, foram dois anos. "Levamos dez meses para constituir uma empresa no país por causa da burocracia."
*
Inovar para crescer
Empresas que investem mais em inovação registram, em sua maioria, um crescimento de receita, de acordo com estudo realizado pelo Goldman Sachs.
A correlação entre os aportes em pesquisa e desenvolvimento e o crescimento no volume de vendas foi detectada em estudo feito pelo banco americano com companhias listadas na bolsa eletrônica Nasdaq.
O Google, por exemplo, cujos investimentos em pesquisa e desenvolvimento cresceram cerca de 55% no período analisado entre 2004 e 2012, teve um aumento de vendas de pouco mais de 40% nesse mesmo intervalo.
*
Vidro... A americana Owens-Illinois, fabricante de embalagens de vidro, terá uma linha de garrafas para o mercado de luxo, como bebidas "superpremium". No Brasil, o foco será em cachaças especiais.
...superior De início, a fabricação será na Colômbia. "Se houver uma fatia [de mercado] que viabilize, produziremos no Brasil", diz o vice-presidente, Rildo Lima. A multinacional tem cinco fábricas no país.
Fusão em difusão A Megatelecom, empresa de telefonia fixa e fibra óptica, oficializou a fusão com a TV Alphaville, televisão por assinatura que atua na Grande São Paulo.
Logística em TI A Ingram Micro, que atua com produtos de tecnologia, terá um centro de distribuição em Serra, no Espírito Santo. A companhia tem sede em Barueri (SP).
com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS e ISADORA SPADONI
Livraria da Folha
- Coleção "Cinema Policial" reúne quatro filmes de grandes diretores
- Sociólogo discute transformações do século 21 em "A Era do Imprevisto"
- Livro de escritora russa compila contos de fada assustadores; leia trecho
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade