Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
Escreve diariamente,
exceto aos sábados.
Americana investe US$ 3,7 bi no carvão do RS
Depois de assinar um protocolo de intenções com o governo do Rio Grande do Sul, no fim de março, para construir uma fábrica de fertilizantes, a americana Transgas projeta a instalação de uma termelétrica no Estado.
A usina deverá demandar um aporte aproximado de US$ 1 bilhão (R$ 3 bilhões) e ficará na cidade de Minas do Leão (cerca de 100 km a oeste de Porto Alegre). A empresa já adquiriu o terreno.
No empreendimento mais adiantado -a fábrica de fertilizantes-, serão investidos outros US$ 2,7 bilhões (R$ 8,2 bilhões). A planta produzirá fertilizantes a partir de carvão gaseificado.
"Optamos pelo Brasil justamente por ser um país que precisa de fertilizantes e que tem carvão para produzi-los", diz o presidente do grupo, Adam Victor.
Antes de escolher Candiota (400 km ao sul da capital gaúcha) para sediar a unidade, a companhia estudou municípios catarinenses.
"O problema é que, para o fertilizante ter um preço bom, o carvão precisa estar a céu aberto, como encontramos no Rio Grande do Sul. Em Santa Catarina, teríamos um custo extra com mineração", diz o executivo Francisco Filho.
A fábrica será semelhante à que a companhia tem West Virgina, nos EUA, e terá tecnologia desenvolvida pela alemã ThyssenKrupp.
O processo extrai gás sintético a partir do carvão. Desse gás, é possível produzir fertilizantes de amônia, como nitrato de amônia e ureia. A planta terá capacidade para fabricar 2,1 milhões de toneladas de ureia por ano.
As obras deverão começar em um ano e meio e levar até 39 meses para serem concluídas. O grupo planeja ainda um terceiro projeto no Brasil, no segmento químico.
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Diagnóstico em Brasília
Além da expansão do hospital em São Paulo, que será inaugurada na quinta-feira (23), o Sírio-Libanês investirá R$ 30 milhões em um centro diagnóstico em Brasília.
"A unidade de rádio e quimioterapias contará com equipamentos como ressonância e Pet/Ct [tomografia]. Buscamos uma área para ter internação", diz o superintendente, Paulo Chapchap.
Vizinhos à sede paulista, estão previstos mais dois prédios grandes, ainda sem data para construção. Uma torre será para estacionamento, assistência ambulatorial e centro cirúrgico.
O outro edifício se destinará à internação de pacientes crônicos de longa permanência, e ainda há o plano de ampliação do instituto de ensino e pesquisa.
"Poderemos atender mais pessoas e melhor. Quanto maior o hospital, maior também o alcance dos projetos sociais. Devolvemos o equivalente à toda a renúncia fiscal em projetos com o Ministério da Saúde."
O Sírio prevê aplicar para o SUS R$ 407 milhões em três anos em cursos de gestão, pesquisa e assistência em saúde. Foram R$ 130 milhões em 2014, com a participação de 21 mil profissionais.
Neste ano, a novidade é um curso de formação de tutores de residência médica.
Faturamento:
R$ 1,4 bilhão em 2014
Leitos hoje: 439
(até 2017): 650
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Orgulho nacional
A Café do Centro vai entrar no segmento de cafés em cápsulas, com foco em grãos de diferentes regiões do Brasil, como Sul de Minas, Cerrado Mineiro e Mogiana.
A empresa pretende se diferenciar de outras marcas, que atuam com 'blends' (mistura de diferentes grãos) e não fazem referência à origem brasileira.
"Apesar de o Brasil ser o maior produtor de café do mundo, os grãos nacionais são considerados menos sofisticados pelos brasileiros, porque são pouco explorados aqui", diz Rafael Peres, sócio e diretor da empresa.
O envase das cápsulas será feito pela portuguesa Kafffa, em Ribeirão Preto (SP).
As vendas começarão nos próximos quarenta dias, a princípio em São Paulo.
"Mesmo com a isenção de impostos para compras de cápsulas de outros países, as importadoras vêm sofrendo uma alta elevação do câmbio. Não acho que sejam uma ameaça", diz Peres.
2 são as fazendas da empresa, em Araxá (MG), onde são produzidos 70% dos cafés com a marca Café do Centro
120 mil é o volume de sacas colhido por ano pela fabricante
R$ 1,40 será o preço médio de cada cápsula à venda no varejo
4% será a participação da cápsula no faturamento da empresa projetado para este ano
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Mudanças de posição
Quase nove (86%) em cada dez entrevistados dos Estados Unidos e do Canadá para uma pesquisa da Right Management, consultoria especializada em gestão de carreiras e talentos, afirmaram ter a pretensão de mudar de emprego ainda neste ano.
Outros 8% disseram que analisam oportunidades para trocar de trabalho e apenas 5% pretendem ficar na posição atual em que ocupam.
O estudo analisa que a elevada taxa de funcionários com desejo de mudar de emprego pode interferir na rentabilidade das companhias.
Em economias enfraquecidas, com juros e inflação em alta, o movimento é diferente: o colaborador prioriza mais a sua função, diz o levantamento. Foram ouvidos 655 trabalhadores.
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Aula de campo
Para estimular o uso de um programa que financia com taxa de 4,5% ao ano tecnologias sustentáveis na produção agrícola, o BNDES vai lançar um curso para a elaboração e a operacionalização de projetos.
Produtores rurais podem financiar investimentos em recuperação de pastagens degradadas, implantação de sistemas orgânicos de produção, entre outros planos.
A linha de crédito existe desde o ano 2010 e desembolsou cerca de R$ 400 milhões entre 2013-2014.
Os recursos do Programa ABC para redução da emissão de gases de efeito estufa são repassados por bancos. "A expectativa é aumentar o volume de projetos aprovados", diz Carlos Vianna, superintendente da área do BNDES.
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Conta doméstica
O total de famílias pesquisadas pela Fecomércio-RJ com sobras no orçamento após a quitação de despesas recuou 2,7 pontos percentuais em fevereiro na comparação com o mesmo mês do ano anterior, chegando a 25,4%.
Outros 17,8% disseram que os gastos foram superiores à renda, queda de 5,2 pontos percentuais.
A parcela de famílias que teve orçamento para cobrir as despesas cresceu 9,3 pontos percentuais, atingindo 56%.
A maior parte dos entrevistados (64,9%) que afirmou ter obtido alguma sobra de recurso resolveu poupar. Na sequência, 14,1% optaram por gastar o excedente com alimentação. Foram ouvidas 1.200 pessoas de 72 cidades.
com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DHIEGO MAIA
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