Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
Escreve diariamente,
exceto aos sábados.
Com receita em queda, Betim lança pacote de PPPs
Sem recursos próprios para grandes investimentos no curto prazo e com a arrecadação impactada pela crise, a Prefeitura de Betim (MG) vai recorrer ao setor privado para tirar do papel projetos em três diferentes áreas.
Um pacote de PPPs (parcerias público-privadas) prevê R$ 200 milhões em investimentos nos segmentos de iluminação pública e limpeza, além da construção de um novo parque de exposições.
O município espera atrair investidores interessados em desembolsar a maior parte do valor nos primeiros anos dos contratos, em troca de concessões de 30 anos.
"Seria impossível para a prefeitura investir os R$ 200 milhões em um período curto, ainda mais com a realidade econômica atual", afirma o secretário municipal de Finanças, Gustavo Palhares.
Betim é um importante polo industrial de Minas Gerais e abriga, entre outras companhias, uma fábrica da Fiat e uma refinaria da Petrobras.
Com a queda da atividade industrial, o município enfrenta uma retração em sua arrecadação de impostos -o recuo foi de 10% no primeiro quadrimestre deste ano.
"Tivemos uma receita frustrada de R$ 55 milhões em relação ao que estava orçado. Para o ano, nossa estimativa é que a queda chegue a R$ 120 milhões", diz. A receita corrente líquida da cidade é estimada em R$ 1,35 bilhão.
Apenas para o contrato de gestão e melhoria da iluminação, o valor necessário é calculado em R$ 80 milhões.
Na limpeza, o governo espera modernizar o serviço, da coleta ao tratamento. O centro de exposições, por sua vez, receberá eventos sobretudo da área agropecuária.
A prefeitura planeja concluir a modelagem dos projetos no segundo semestre.
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Costura italiana
A United Colors of Benetton fechou uma parceria com o grupo Loft, do Brasil, para ampliar a abertura de lojas no país.
A companhia italiana prevê 20 novas unidades neste ano e no próximo, com foco nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
Existem, hoje, sete lojas em operação no Brasil, sendo cinco geridas diretamente pela companhia e outras duas franqueadas.
Divulgação | ||
Michel Lhoste, CEO da grife de roupas no exterior |
"Consideramos o mercado brasileiro muito complicado, por isso decidimos buscar um parceiro que conheça bem o país", diz Michel Lhoste, CEO da companhia no exterior.
Entre as dificuldades apontadas pelo executivo francês estão a extensão territorial com diferentes climas e as estações opostas às da Europa, além de questões burocráticas.
"A crise tem seus lados bom e ruim. O lado bom é que conseguimos condições mais interessantes para o aluguel de espaços em shoppings, o que não conseguiríamos no passado."
6.000
são as lojas do grupo Benetton, que detém as marcas United Colors of Benetton, Undercolors of Benetton e Sisley, no mundo
5%
é a participação estimada das vendas na América Latina em relação às receitas globais da companhia
90
é o número aproximado de lojas da United Colors of Benetton nos países latino-americanos, exceto o México
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Ladeira abaixo
A queda do nível de emprego na construção civil se aprofundou em maio, com o fechamento de mais 36,7 mil postos de trabalho no país, de acordo com o SindusCon-SP (sindicato do setor).
A retração foi de 1,14%, o maior recuo mensal deste ano e a oitava baixa consecutiva. No acumulado dos 12 meses até maio, o total de demissões chegou a 366 mil.
Editoria de Arte/Folhapress |
"Não há nenhuma perspectiva positiva para os próximos meses", diz José Romeu Ferraz Neto, presidente da entidade. "Poderemos chegar a 750 mil vagas fechadas em dois anos [2014 e 2015]. É um número assustador."
Só na área de infraestrutura, o estoque de empregos recuou 15,3% em 12 meses. No segmento imobiliário, a baixa foi de 11,79% no período.
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Trânsito segurado
O valor pago em indenizações pelo DPVAT (seguro de trânsito obrigatório) cresceu 9% no primeiro trimestre deste ano em relação a igual período de 2014, segundo a Líder, que administra o seguro.
Foram desembolsados R$ 927,8 milhões em 186.029 benefícios. Nos três primeiros meses de 2014, o montante era de R$ 853,1 milhões.
São três as linhas de cobertura: morte, invalidez permanente e reembolso de despesas médicas. Entre elas, a de invalidez representou 79% do total gasto no trimestre.
"A invalidez é uma chaga que tem crescido no país em razão de acidentes com moto", diz Ricardo Xavier, presidente da seguradora.
Das mais de 145 mil pessoas indenizadas por invalidez, 77% delas se feriram com moto. No período, o seguro por morte caiu 5%. No país, homens, entre 18 e 34 anos, foram a maioria das vítimas.
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Coleta Os dados da arrecadação de maio serão divulgados nesta quinta-feira (25) pela Receita. Em abril, as receitas somaram R$ 109,2 bilhões. Até o quarto mês deste ano, a queda no total de impostos recolhidos foi de 4,4%.
com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DHIEGO MAIA
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