Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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Crise retarda a retomada de aquisições no país, diz banco Goldman Sachs
Karime Xavier/Folhapress | ||
Stephen Stherr, da Goldman Sachs |
Mesmo com a crise, bancos estrangeiros têm encontrado oportunidades no país, por meio de clientes interessados em diversificar investimentos no exterior, levantar recursos fora ou vender ativos. É o caso do Goldman Sachs.
Fusões e aquisições que tiveram uma retomada global no ano passado, tem no entanto crescido a um ritmo mais lento no Brasil, em razão das incertezas no país.
"As M&As estão voltando mais vagarosamente do que no mundo por causa da percepção de risco local, afirma Stephen Scherr, estrategista-chefe do Goldman Sachs nos Estados Unidos e responsável pela América Latina.
"As pessoas, por definição, vão querer um retorno maior de seus investimentos do que em outros mercados. Mas deveremos ver mais empresas brasileiras como alvo", acrescenta Scherr, que veio ao Brasil na semana passada.
O interesse vem menos de investidores financeiros e mais de corporativos e estratégicos. "Olham mais para commodities e o setor de alimentos", segundo Scherr.
O que assusta mais o investidor, impeachment ou anos de dificuldades econômicas?
"Ninguém gosta de estagnação, de declínio da economia, mas o impeachment não é tão fácil quanto parece. Não digo que seja bom ou ruim, mas a história mostra que uma mudança abrupta pode muito frequentemente ser desafiadora", afirma. "Mas ninguém conhece mais a situação do que os brasileiros."
O Goldman Sachs estima que o Fed (o BC dos EUA) eleve juros só no ano que vem. "Não acho que haverá um grande impacto no Brasil, mas haverá algum.
O custo para brasileiros tomarem emprestado subirá, o que é mais complicado para companhias em uma posição mais fraca. Mas há aspectos locais mais complexos."
O banco manterá a posição no Brasil, diz. "Não reduziremos o número de funcionários, mas ele pode flutuar."
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Terrinha à vista
Uma mudança na lei de imigração portuguesa, que entrou em vigor na última quinta-feira (3), deverá alavancar os investimentos brasileiros no país.
Entre as alterações nos requisitos para a obtenção do "golden visa" (visto para investidores), estão valores mais flexíveis para a compra de imóvel no país.
O documento permite morar e trabalhar em Portugal, além da circulação sem visto em países europeus.
O patrimônio, que precisaria valer pelo menos € 500 mil (R$ 2,1 milhões), agora pode custar a partir de € 350 mil (R$ 1,5 milhão), desde que tenha mais de 30 anos de construção ou seja situado em área de reabilitação urbana.
"Mesmo para pessoas com cidadania portuguesa, a mudança é atraente para aposentados, pois o país os exime de impostos que seriam cobrados em outras nações europeias", afirma Mafalda Lourenço, da Abreu Advogados, cuja sede é em Lisboa.
As novas regras para estrangeiros passarão a incentivar também atividades científicas, culturais e de pequenas empresas portuguesas.
CASA DE PRAIA EM PORTUGAL
Novas opções para obtenção de visto para investidor
1- Compra de imóvel com valor mínimo de € 350 mil (R$ 1,5 mi) com pelo menos 30 anos ou em área de reabilitação urbana
2- Investimento de capital mínimo de € 500 mil (R$ 2,1 mi) voltado a pequenas e médias empresas
3- Aporte de € 250 mil (R$ 1,1 mi) em produção artística ou cultural
4- € 350 mil (R$ 1,5 mi) em recursos para estimular a atividade científica
Fonte: Abreu Advogados
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Vazio corporativo
O mercado de escritórios de alto padrão na cidade de São Paulo fechou o segundo trimestre com uma leve retração na taxa de ociosidade, segundo a consultoria Colliers.
O nível de vacância passou de 25% no primeiro trimestre para 23% de abril a junho. O adiamento na entrega de novos edifícios foi o maior responsável pela queda, de acordo com a empresa.
A região com mais escritórios vagos foi Santo Amaro: 50%. Na outra ponta, os Jardins apresentaram ociosidade zero. Corredores corporativos tradicionais, Faria Lima e Paulista registraram 21%.
A absorção líquida (diferença entre espaços alugados e áreas entregues) cresceu 147% –o setor ainda se beneficia da migração de inquilinos de prédios menos modernos, movimento que ganhou força no início deste ano.
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Aterrissagem pontual
A Azul foi a companhia aérea da América Latina mais pontual em julho. Dos voos realizados pela empresa no mês, 88,28% aterrissaram no horário marcado ou com até 15 minutos de atraso.
No segundo lugar ficou a panamenha Copa Airlines, com 87,8%. Gol e TAM apareceram na quarto e na quinta posição, com 82,87% e 81,98%, respectivamente, segundo a FlightStats (de serviços de informações de aeroportos e voos.
Entre as empresas consideradas globais, a russa S7 foi a mais pontual pelo quinto mês consecutivo.
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Hora do Café
Lederly | ||
Hora do cafe charge |
com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e FELIPE GUTIERREZ
Livraria da Folha
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