Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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exceto aos sábados.
Varejo de material de construção cai 6% em agosto
As lojas menores de materiais de construção sentiram com mais força os reflexos da crise em agosto, segundo a Anamaco (associação de comerciantes do setor).
Os varejistas de pequeno e médio portes tiveram retração real nas vendas de 6% e 2%, respectivamente, em relação ao mesmo mês do ano anterior. Nas grandes redes, houve alta de 4%.
No geral, o segmento registrou queda de 6% na comparação com agosto de 2014.
"O pequeno comércio, principalmente o que está fora dos grandes centros, tende a sofrer mais os efeitos da instabilidade econômica", afirma Claudio Conz, presidente da entidade.
"São empresas que têm menos capital de giro e mais dificuldade para conseguir crédito, por exemplo", diz.
Por não conseguirem comprar em grande escala, os menores também enfrentam maior resistência na negociação com fornecedores.
Como é um segmento bastante pulverizado, os pequenos e médios varejistas representam 98% das lojas de materiais de construção. "No conjunto, o desempenho dessas empresas influencia a cadeia como um todo", afirma.
No acumulado deste ano até agosto, as vendas ainda registram estabilidade, mas a perspectiva é de piora.
"Setembro, que tradicionalmente é um mês bom para os negócios, está muito abaixo do esperado", diz.
Com isso, a Anamaco, que até o fim do primeiro semestre acreditava ser possível uma alta de 3% nas vendas em 2015, trabalha agora com uma estimativa de estagnação. "Se repetirmos o resultado de 2014, já será bom."
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Sem pedra e areia
Para aumentar o tíquete médio e tentar segurar o nível de vendas no período de crise, o grupo Bigolin, que tem lojas de materiais de construção em Mato Grosso, deixou de lado a comercialização de produtos básicos.
A empresa passou a atuar apenas com itens de maior valor agregado, como revestimentos cerâmicos e outros materiais de acabamento.
Karime Xavier/ Folhapress | ||
Lucimar Bigolin, do grupo de varejo e construção |
"Como não somos uma grande rede, não tínhamos volume de compra para competir em determinados tipos de produtos", diz a empresária Lucimar Bigolin.
A especialização na área de acabamentos ajudou a manter o faturamento no primeiro semestre, mas, agora, os reflexos da retração são perceptíveis, diz ela.
"Por causa do agronegócio, a nossa região demorou mais a sentir a baixa do mercado imobiliário." O grupo mato-grossense também atua com construção civil.
65% é a participação do varejo nos negócios da empresa
1.800 metros quadrados é o tamanho da loja de Cuiabá
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Malas menores
O número de brasileiros que pretendem viajar ou já o fizeram manteve-se estável na comparação com o ano passado, de acordo com uma pesquisa da Ipsos encomendada pela Fecomércio do Rio.
Em 2015, 25% da população deve sair pelo menos uma vez de sua cidade. O número é um ponto percentual maior do que o do ano passado.
A estabilidade ocorre porque "2014 já foi um ano fraco, que teria sido ainda pior se não fosse a Copa", afirma Christian Travassos, gerente de economia da entidade.
A maioria das pessoas deve ir a um local dentro do Estado onde vive. Os deslocamentos diminuíram em frequência em comparação com o passado, diz.
"As pessoas estão fazendo viagens mais baratas, procurando economizar, seja no transporte, na hospedagem ou no destino."
Houve um pequeno aumento da intenção de ir para o exterior, de 2% para 3%. A diferença, para Travassos, está dentro da margem de erro da pesquisa, que ouviu 1.200 pessoas em 71 cidades.
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Despesas em evolução
Os gastos de planos de saúde de autogestão com órteses, próteses e materiais especiais (OPMEs), como implantes, somaram R$ 1,5 bilhão em 2014, segundo a Unidas (entidade que representa as instituições).
O valor representa 15% das despesas com procedimentos hospitalares pagas pelo segmento no ano passado.
No total, o custeio assistencial das operadoras foi de de R$ 15 bilhões em 2014, valor que poderá chegar a R$ 20 bilhões até o fim deste ano, de acordo com a associação.
O crescimento será impulsionado pelo envelhecimento da população e pela inclusão de novos procedimentos na lista de cobertura, entre outras razões. As operadoras de autogestão são as que administram o plano de saúde dos próprios funcionários.
*5 milhões*são os beneficiários atendidos pelas instituições de autogestão no país
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Concentração de mulheres
A L'Oréal investe pela primeira vez em quiosques da Dermacenter no Brasil.
Em parceria com a Raia Drogasil, a empresa acaba de iniciar as vendas dos produtos La Roche-Posay, Vichy e SkinCeuticals no Morumbi Shopping e já planeja usar a mesma estratégia no Barra Shopping, do Rio de Janeiro.
SHOPPINGS FEMININOS - Fluxo de mulheres nos corredores
No espaço de 9 m2, consumidores poderão tirar dúvidas com consultoras sobre os produtos e seus usos, além de experimentá-los.
"Os dois primeiros pontos são pilotos. Em 2016, deveremos ter ao menos 15 quiosques a mais", diz o diretor comercial Fernando Ferreira.
Devido ao grande número de mulheres de classes A e B que circulam pelos shoppings escolhidos, a expectativa da empresa é que cada unidade venda o dobro de uma farmácia de alto desempenho por mês.
"Podemos atingir cerca de 820 mil mulheres com perfil para cosméticos por mês."
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Hora do Café
com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e FELIPE GUTIERREZ
Livraria da Folha
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