Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
Escreve diariamente,
exceto aos sábados.
Limite para aumento de taxas anima empresas que atuam no setor de saúde
A aprovação na Câmara dos Deputados de um projeto de lei que limita em 50% o aumento das taxas de fiscalização da vigilância sanitária determinada pelo governo no fim de agosto anima o setor.
Naquele mês, as tarifas haviam sido reajustadas –o que não era feito desde 2001– em até 194%. A Casa decidiu pela mudança na terça (17).
O projeto de lei ainda precisa ser sancionado pela presidente Dilma Rousseff.
A coluna apurou que, caso o Planalto mantenha o limite ao reajuste, o Sindusfarma (sindicato da indústria farmacêutica do Estado de São Paulo) irá retirar uma ação contra a Anvisa que contestava a correção das taxas.
A entidade havia entrado na Justiça em outubro.
A Abimed (associação da indústria de tecnologia para saúde) pretendia recorrer ao Judiciário nesta semana, mas também recuou –ao menos temporariamente.
"A situação é melhor do que a anterior. Mas ainda não descartamos a ação. Vamos ter de estudar o caso", afirma Carlos Goulart, presidente da entidade. "Mesmo o impacto sendo limitado, os 50% ainda são altos."
A associação elaborou um estudo que aponta que o aumento de até 194% das tarifas acarretaria em um custo adicional de R$ 125 milhões para a indústria em 18 meses.
Com o reajuste nessa faixa, a renovação de funcionamento de uma fábrica de equipamentos para saúde, por exemplo, passaria de R$ 10 mil para R$ 29 mil, o que significa um avanço de 190%.
Com o projeto de lei sendo sancionado, poderia ficar em cerca de R$ 19 mil.
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Entrega de imóvel novo no país cai 32,9% no 3º trimestre
A crise no setor imobiliário puxou para baixo o desempenho das vendas, dos lançamentos e das entregas de imóveis no país, segundo a Abrainc (entidade das incorporadoras imobiliárias).
A maior queda ocorreu no indicador que mede os imóveis entregues: 32,9%, com 28,4 mil unidades. O resultado refere-se ao terceiro trimestre deste ano em relação a igual período de 2014.
As vendas caíram 13,6% e os lançamentos sofreram uma pequena retração, de 2,3%.
MARCHA LENTA - Desempenho dos indicadores imobiliários?no terceiro trimestre deste ano*
"O setor tem reduzido o volume de novos empreendimentos para se adequar às demandas do mercado, que está sob ajuste desde 2012", explica Luiz Fernando Moura, diretor da associação.
O estudo da entidade mostra que, para comercializar todos os 96,1 mil imóveis postos à venda até setembro, seriam necessários 13,4 meses.
Apesar da crise, o número de unidades vendidas superou o de lançamentos em 88,7% no período. "O setor está reduzindo seu estoque."
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Formação primeiro
A geração Milênio, que tem idades entre 21 e 33 anos, tende a dar mais valor a empresas que oferecem desenvolvimento profissional, segundo pesquisa da consultoria PWC.
Na opinião de 22% desses jovens, é mais relevante estar empregado em uma companhia que incentive os estudos e o aprimoramento pessoal do que numa que apenas ofereça benefícios financeiros.
Além disso, 38% dos entrevistados preferem trabalhar por conta própria a ter que se submeter a horários rígidos.
Quando considerado o uso de novas tecnologias para o trabalho, 45% admitem utilizar smartphones para tarefas profissionais.
Apenas 14% dos que responderam consideram primeiro uma posição que ofereça mais dinheiro. Para 2% deles, os benefícios de maternidade e o acesso a cuidados com crianças é primordial.
O estudo foi feito em 75 países, incluindo o Brasil, e ouviu 4.300 pessoas.
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Fontes de capital
As debêntures foram apontadas como a principal fonte de captação de crédito a longo prazo para 30,9% de empresários do país, segundo pesquisa da escola de negócios Insead.
A sondagem questionava as alternativas ao aumento do custo do crédito no Brasil.
O BNDES (banco público) foi mencionado por outros 23,4%. A emissão de "bonds" (títulos de dívida) no exterior foi a escolhida por 20,2%.
Foram ouvidos 101 ex-alunos da escola de negócios.
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p(tagline). com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS, CLÁUDIO GOLDBERG RABIN e DHIEGO MAIA
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