Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
Escreve diariamente,
exceto aos sábados.
Empresas de cruzeiros vão para águas chinesas
As companhias de navegação estão levando navios para a China em busca do turista com dinheiro e que pouco conhece esse tipo de viagem.
A brasileira MSC vai deslocar uma de suas cinco embarcações destinadas à costa nacional para o país asiático em abril deste ano.
"A China é ainda pouco explorada por esse setor. É um 'hipermercado' de oportunidades", diz Adrian Ursilli, diretor comercial da MSC.
A piora da economia brasileira contribuiu. "Os custos para operar um navio aqui, que já eram altos, aumentaram."
Para se adaptar ao público chinês, mais disposto a gastar a bordo, a empresa ampliou lojas e cassinos do MSC Lirica, que tem 960 leitos.
Karime Xavier-13.mai.2010/Folhapress | ||
Renê Hermann, diretor-geral da Costa Cruzeiros |
A Costa Cruzeiros, outra brasileira do setor, por sua vez, aumentará sua frota chinesa em abril com um quarto navio –elevando em 38% os atuais 9 mil leitos no país.
O próximo passo é a construção de dois navios com capacidade para 8.400 pessoas.
O investimento será de € 1,2 bilhão e eles devem ficar prontos em 2019 e 2020, segundo Renê Hermann, diretor-geral da empresa para a América do Sul.
Por aqui, a Costa mantém dois navios. "O Brasil está parado há muito tempo. Não há investimento em infraestrutura e novos destinos."
A mesma crítica é feita por Ricardo Amaral, vice-presidente para a América Latina da Royal Caribbean.
A empresa com sede nos EUA, uma das maiores do setor, opera uma embarcação no Brasil e vai inaugurar a quinta na China. Será um cruzeiro construído especialmente para o destino e que levará até 4.905 passageiros.
"Os navios vão para onde o mercado está melhor", diz Amaral. A companhia já opera 15,2 mil leitos na Ásia.
TODOS QUEREM A CHINA - Empresas de cruzeiro deslocam novos navios para o país asiático
VIAJANTES DE NAVIO - Renda mensal dos turistas de cruzeiros no Brasil, em %
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Na contramão
Os saques de cadernetas de poupança superaram os depósitos em 2015, segundo dados do Banco Central. O número de dezembro ainda não foi fechado, mas até o dia 29, a perda era de R$ 56 bilhões.
Ao menos uma instituição financeira, porém, conseguiu captação positiva. O Sicredi, um conjunto de 96 cooperativas de crédito, aumentou em 15% o volume de dinheiro em sua carteira de poupança, que chegou a R$ 5 bilhões.
O grupo aumentou a captação com mais publicidade. As cooperativas têm autonomia para anunciar e fizeram 50% a mais de campanhas em 2015 do que no ano anterior.
Só cooperados podem depositar nas carteiras do Sicredi e eles têm perfil conservador, segundo Eduardo Godoi Correa, superintendente do banco. "Na cabeça dos cooperados, a poupança é o produto financeiro seguro que dá garantias", diz ele.
R$ 49,84 bilhões
é a soma dos dos ativos do sistema cooperativo
R$ 703 milhões
foi o lucro líquido no primeiro semestre de 2015
NO VERMELHO - Saldo da poupança cai
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Vendas on-line desaceleram
O aumento do comércio eletrônico perdeu fôlego em 2015. A expectativa era de um crescimento de 26% em relação a 2014, mas o ano fechou com alta de 22%.
O faturamento foi de R$ 48,2 bilhões, com valor médio de compra de R$ 310.
"O setor sentiu a queda nas vendas. Mas não foi tão forte quanto no varejo tradicional", diz Maurício Salvador, presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico.
Isso se explica por dois fatores: a entrada de novos consumidores no mundo das compras on-line e uma percepção entre os brasileiros de que os sites oferecem preços menores, diz Salvador.
Mesmo assim, o resultado levou a previsão mais modesta para 2016, de alta de 18%, com faturamento de R$ 56,8 bilhões. O valor médio de compra deve cair para R$ 298 por conta de promoções maiores para atrair a clientela.
PÉ NO FREIO - Crescimento do comércio eletrônico, em %*
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Vaivém das bombas
São Paulo foi o Estado em que os combustíveis terminaram o ano passado com os menores preços. Em média, cada litro de gasolina custava R$ 3,27, enquanto os de etanol saíam por R$ 2,22, segundo o índice Ticket Car.
Na contramão, o Acre registrou os maiores valores ao fim do mesmo período. No Estado, cada litro da gasolina custava, em média, R$ 3,89, enquanto o de etanol valia R$ 3,10.
Já na Paraíba, que tem sofrido recentemente com desabastecimento em seus postos, o preço da gasolina ficou abaixo do resto do país, custando R$ 3,35/litro.
Em 2015, a gasolina teve um acréscimo de R$ 0,59 centavos por litro no bolso dos brasileiros, fechando o ano com valor médio de R$ 3,52.
NO TANQUE - Média de preços da gasolina, em R$
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Hora do Café
com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e MÁRCIA SOMAN
Livraria da Folha
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