Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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Concessionária investe R$ 2,7 bilhões em estrada por onde passa soja de MT
A Rota do Oeste, concessionária que pertence à Odebrecht Rodovias, vai investir R$ 2,7 bilhões para duplicar dois trechos da estrada BR-163, em Mato Grosso.
Além desse valor, a empresa já gastou R$ 1,2 bilhão na duplicação de uma parte que está pronta, mas ainda não foi entregue.
A obra inteira deverá terminar em 2019. A concessão é válida por 30 anos. Nesse período, a Rota do Oeste pretende investir R$ 5,5 bilhões. No total, serão 453 quilômetros de estradas duplicados.
A empresa espera uma linha de longo prazo para conseguir todos os recursos. Até agora, ela recorreu a empréstimos de curto prazo, mais caros, e a recursos próprios.
Nesta semana, foi publicada a autorização no Diário Oficial para que a Rota do Oeste possa desapropriar terrenos no norte do Estado.
"Devemos executar as obras no norte de Mato Grosso nos próximos três anos. Serão cerca de 300 quilômetros", afirma o diretor-executivo Paulo Meira Lins.
O trecho já completado fica no sul do Estado e tem 117 quilômetros. A previsão é que ele seja inaugurado em fevereiro, a tempo de escoar a produção da soja.
Os grãos serão levados a um terminal de trem que fica na cidade de Itiquira e, de lá, ao porto de Santos.
No ano passado, o Brasil exportou US$ 20,9 bilhões (R$ 86,7 bilhões) de soja. É o produto mais comercializado pelo país. O Mato Grosso foi o responsável por 27% disso.
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Ladeira abaixo
A indústria de pneus vendeu 23,9% unidades a menos para as montadoras em 2015, e fechou o ano com retração de 1,2%.
Para 2016, a expectativa do setor é manter o volume de vendas do ano passado.
O maior vilão da queda em 2015 foi o segmento de pneus de carga, que teve resultado 49,6% pior. "É o que dá maior margem de lucro", afirma o presidente da Anip (associação do setor), Alberto Mayer.
Se calculada em toneladas, a retração total da indústria aumenta para 7,6%, e a de vendas a montadoras, para 34,7%.
As exportações também foram reduzidas em 1,7%. "Tivemos um encarecimento enorme na matéria-prima, que é quase toda importada", diz o excutivo da Dunlop Brasil Renato Baroli.
A fabricante exporta para o Chile, mas ainda sofre para conquistar o mercado externo. "Temos muitos encargos no país, é difícil manter a competitividade."
O desempenho só não foi pior graças ao setor de peças de reposição, que representa 63,5% das vendas.
O mercado, tradicionalmente dominado pelas importadoras, encolheu 3,7% no ano, mas a participação da indústria nacional subiu, levando a um crescimento de 9% nas vendas.
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Imposto em Projetos
O dinheiro que empresas de São Paulo redirecionam do imposto de renda para projetos sociais de apoio à crianças, adolescentes e idosos foi multiplicado por seis no ano passado e se aproximou de R$ 32 milhões.
Pessoas jurídicas podem escolher uma ONG credenciada e destinar parte do imposto devido a ela. O valor passa por fundos públicos antes de chegar às organizações.
"Os fundos estavam adormecidos. Só as estatais direcionavam o imposto", diz Floriano Pesaro, secretário do Desenvolvimento Social do governo do Estado.
Para aumentar os recursos, ele procurou empresários e mostrou os projetos sociais que estavam aptos a receber aportes. Também foi feita uma campanha publicitária.
"Esse era um dinheiro que iria para impostos federais e que ficou retido no Estado de São Paulo. Isso não estava no nosso orçamento."
As públicas não doaram muito, pois os resultados delas foram fracos, diz ele.
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Proteção Setorizada
A Yasuda Marítima lança opções de seguros voltados às preocupações mais comuns em escolas, consultórios e clínicas médicas.
Para o mercado de ensino, há cobertura para casos de "bullying", em que a instituição fica resguardada caso uma ocorrência desse tipo acabe em restituição judicial.
"Esses segmentos têm muito potencial", diz Francisco Caiuby Vidigal Filho, presidente da empresa. "Como o consumidor se preocupa cada vez mais com saúde e educação, a demanda das empresas também aumentou."
Para o setor médico, há cobertura contra deterioração de vacinas e medicamentos e proteção para equipamentos portáteis.
"Os seguros têm se voltado para nichos específicos. Devemos lançar outros produtos ainda neste semestre."
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PIB Digital
Mais de 20% da riqueza brasileira têm alguma relação com a economia digital, aponta um estudo da consultoria Accenture. Para chegar ao número, levaram em conta infraestrutura, salários e serviços no setor.
A importância da economia digital no Brasil é menor do que nos EUA, mas está acima de países como Itália, Espanha e Japão.
"O Brasil está bem posicionado [entre os países nos quais o setor é relevante] pela juventude", diz o diretor-executivo da Accenture, Paulo Ossamu. A idade da média dos brasileiros é mais compatível com serviços digitais do que a de outros países.
A consultoria prevê que a fatia da economia digital do PIB pode aumentar 6,6 pontos percentuais em cinco anos, caso sejam feitos investimentos em infraestrutura e treinamento nesse período.
O maior potencial está em empresas que não nasceram digitais e que devem investir em tecnologia no futuro.
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Falha no Sistema
A tecnologia ainda é um entrave no dia a dia dos escritórios no país, segundo pesquisa com 138 empresas brasileiras e multinacionais.
Mais de 60% dos entrevistados disseram ter sua produtividade prejudicada por lentidão nos sistemas de TI.
Além disso, 26,4% deles perderam informações importantes do trabalho por quebra, perda ou roubo de dispositivos no último ano.
O levantamento foi feito com 293 mil funcionários, ao longo de 2015, pela +Digital Institute, empresa que analisa o grau de maturidade digital de companhias.
No entanto, o maior passo a ser dado não é o uso da tecnologia no suporte interno.
"É preciso pensar novos nichos de mercado, à exemplo de empresas como Uber e Airbnb", diz o presidente da +Digital, Francisco Gioielli.
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Passe... A CI, empresa de turismo e intercâmbio, vai oferecer venda direta de passagens aéreas com descontos para estudantes no exterior. Com um comprovante de matrícula fora do país, a passagem poderá sair por até US$ 600 menos.
...estudantil Com o novo produto, a companhia de viagens planeja aumentar as vendas pela internet em 20% e recuperar em até 18 meses o investimento de R$ 1 milhão feito nos últimos três anos para desenvolver sua plataforma on-line.
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Hora do Café
Lederly | ||
com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA
Livraria da Folha
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