Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
Escreve diariamente,
exceto aos sábados.
Crise fiscal gera aumento de interesse por PPPs
O interesse de prefeituras e governos estaduais em projetos para PPPs (Parcerias Público-Privadas) aumentou quase três vezes de 2014 para o ano passado.
O número de PMIs (Procedimentos de Manifestação de Interesse, em que o governo autoriza o setor privado a fazer estudos para desenvolver um projeto de interesse público) cresceu 185% em 2015, de acordo com a consultoria Radar PPP.
A crise fiscal e a dificuldade para arrecadas explicam o fomento dessa modalidade de contrato, diz o sócio da consultoria Guilherme Naves.
A obrigatoriedade de as prefeituras assumirem a iluminação pública das cidades e as eleições municipais também estimulam as parcerias.
"Nos próximos 30 dias ainda haverá lançamento de projetos para tentar assinar contratos neste ano e deixar um último legado de prefeitos".
Muitas PPPs de pequeno porte têm dois problemas, de acordo com José Carlos Martins, presidente da Cbic (câmara da indústria da construção): a falta de garantias e a baixa qualidade técnica dos projetos apresentados.
"As prefeituras não sabem como formatar as propostas e o que pedir nos contratos. A União precisa dar apoio técnico", diz ele.
Martins sugere ainda a criação de um fundo garantidor, que seria acionado caso o órgão público deixasse de repassar valores à empresa.
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UM CAFÉ E A CONTA
A rede Fran's Café deve abrir 36 novas franquias até o final de 2016, quase o triplo do número de lojas inauguradas no ano passado.
"Quem perde o emprego pensa em abrir um novo negócio. É uma tendência típica de momentos de crise", afirma José Henrique Ramos Ribeiro, sócio-diretor da empresa.
As lojas da rede tiveram alta nas receitas em 2015, entre 10% e 12%. Neste ano, a expectativa é repetir a taxa de crescimento.
O fluxo de clientes aumentou em 2015. "Muitos passaram a trocar o almoço em um restaurante mais caro por nossas refeições."
O tíquete médio dos consumidores, no entanto, caiu entre entre 8% e 10%.
A marca, que havia anunciado sua entrada no mercado de cápsulas de café para o fim de 2015, adiou o lançamento para a metade deste ano.
"Esperamos que as receitas com café cresçam cerca de 8%." Em relação ao faturamento total da empresa neste ano, o impacto dos novos produtos é calculado em cerca de 2%.
Marcus Leoni/Folhapress | ||
José Henrique Ramos Ribeiro, sócio diretor do Fran's Café |
R$ 120 MILHÕES
foi o faturamento das lojas da rede em 2015
150
é o número de unidades da rede no país
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BANHO DE LOJA
As Casas Bahia investiram R$ 45 milhões na restruturação da disposição dos imóveis em 130 de suas lojas.
A rede seguiu o modelo das lojas de departamento, onde os itens são exibidos em ambientes completos.
"A tecnologia dos eletrodomésticos evoluiu, mas não os móveis. Nossos consumidores estão mais exigentes e alinhados com que está na moda", diz Peter Paul Estermann, presidente da Via Varejo, que reúne Casas Bahia e Ponto Frio.
Em 2014, a empresa contratou um escritório de arquitetura para desenvolver quatro linhas distintas de móveis e renovou 45% do seu mostruário.
Cada uma delas ganhou uma área específica na loja.
"Apelamos ao lado emocional do consumidor. A ideia é que ele vá comprar uma cômoda e saia com o desejo de levar o armário e a cama daquele estilo."
A estratégia resultou em um aumento de dez pontos percentuais nas vendas.
Neste ano, o plano é expandir para 250 lojas da marca, como parte das medidas da companhia para reverter queda no faturamento.
Os móveis somam 20% das vendas das Casas Bahia.
Ana Paula Paiva/Valor | ||
Peter Paul Estermann, presidente da Via Varejo |
749
lojas das Casas Bahia no país
R$ 177 milhões
foi o prejuízo da Via Varejo no quarto trimestre de 2015
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PANE NO SISTEMA
A produção do setor eletroeletrônico caiu 30% em janeiro deste ano em relação ao mesmo mês de 2015.
O pior desempenho foi do segmento de eletrônicos, que recuou 38,8%, enquanto o de elétrica teve queda de 23%.
O resultado alarma o setor principalmente porque a base de comparação com janeiro passado é fraca: o mês registrara retração de 14% em relação a 2014, diz o presidente da Abinee (associação do setor), Humberto Barbato.
A taxa também ficou abaixo da queda total na produção de 2015, de 21%.
Em relação a dezembro, mês tradicionalmente mais fraco na indústria, o resultado é positivo, com alta de 16%.
R$ 148,3 BILHÕES
foi o faturamento da indústria em 2015, uma queda de 10% em relação ao ano anterior
22,4%
é a queda de produção no acumulado dos últimos 12 meses
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HORA DO CAFÉ
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Charge |
com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS, TAÍS HIRATA e MÁRCIA SOMAN
Livraria da Folha
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