Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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exceto aos sábados.
Venda de genéricos ainda cresce, mas sinaliza desaceleração, diz entidade
O volume de vendas de medicamentos genéricos subiu 19,9% em fevereiro, em relação ao mesmo mês de 2015, segundo a Pró Genéricos (associação do setor), com base em dados da consultoria IMS Health.
O resultado, porém, é o mais baixo para o setor desde maio de 2015, o que pode ser sinal de que o crescimento começa a desacelerar.
"É um reflexo da crise econômica. A migração para os genéricos continua, mas o mercado está mais frágil como um todo", diz Telma Salles, presidente da entidade.
Ao mesmo tempo em que a crise faz com que consumidores de remédios tradicionais passem aos genéricos, é possível que uma parte deles tenha reduzido o uso medicamentos em geral, afirma a executiva.
"Um grande percentual do portfólio de genéricos é de remédios para doenças crônicas, usados todos os dias. Se há queda em unidades, ainda que pequena, é porque alguém está deixando de tomá-los, é um alerta."
O volume de vendas em fevereiro diminuiu 0,5% em relação ao mês anterior.
Ainda assim, a projeção do setor é de crescimento entre 8% e 9% para 2016.
A participação dos genéricos no mercado, hoje em 31%, deve subir dois pontos percentuais neste ano.
REMÉDIO POPULAR - Venda de genéricos no Brasil
NO LIMITE
A crise deverá favorecer a venda de medicamentos genéricos, mas o mercado como um todo deverá ter algum impacto, diz o sócio da consultoria BCG, Douglas Woods.
"É um segmento resiliente, mas há um limite", afirma o executivo.
Ainda não se pode falar em estagnação das vendas, avalia Sergio Mena Barreto, presidente da Abrafarma, associação que representa redes de farmácias.
"O que percebemos é uma alta constante, se analisado o acumulado de 12 meses", diz.
FIM DOS RECURSOS
Empréstimos bancários e uso do próprio patrimônio serão as duas principais fontes de recursos de empresas familiares para financiar seus projetos neste ano, aponta uma pesquisa da KPMG.
"São negócios que já estão com problemas de capital de giro e vão ter de ir atrás de banco", afirma Sidney Ito, sócio da consultoria.
Nos últimos 12 meses, 37% das empresas enfrentaram dificuldades para ter acesso a crédito. Como consequência, mais da metade dessas companhias (53%) teve problemas de caixa.
O principal destino dos recursos levantados é o capital de giro. Em segundo lugar, está a expansão dos negócios.
Em terceiro, vêm os investimentos, que são "os mínimos necessários para recompensar depreciações", diz Ito.
Entre as empresas capitalizadas, há planos de adquirir outros negócios.
LEITE DE PEDRA - Finalidade, em %
LEITE DE PEDRA - Onde empresas querem buscar financiamento, em %
AJUSTE EM MARCHA
As seguradoras estimam que o seguro popular de autos, aprovado na sexta-feira (1º de abril), que possibilita consertos com peças de desmanche, vá gerar um aumento de 10% de segurados (hoje, são 17,5 milhões de carros).
O mercado segurador, porém, já pleiteia mudanças no modelo. Uma delas seria permitir o uso de componentes que não foram fabricados para o carro específico, diz Marcio Coriolano, presidente da CNSeg, (que reúne o setor).
A criação de uma rede de oficinas para fazer trocas de peças danificadas pelos itens vindos de desmanches autorizados é outra medida que a CNSeg considera importante.
Seria algo semelhante ao número limitado de hospitais a que um beneficiário de seguro-saúde tem direito de usar, explica Coriolano.
Outra sugestão é restringir o seguro popular a carros com mais de cinco anos, para evitar que pessoas que já são clientes optem por ele.
"O setor deve continuar a buscar o legislador para tentar apresentar esses pleitos", afirma Coriolano.
ROTA PAULISTA
Karime Xavier/Folhapress | ||
Roberto Bertino, presidente da Nóbile Hotéis |
O interior de São Paulo é o novo foco de investimentos da rede Nobile Hotéis.
No final de maio, a operadora nacional vai inaugurar uma unidade em Ribeirão Preto, que recebeu um aporte de R$ 72 milhões.
A empresa ainda deverá abrir oito novos hotéis nos próximos anos, com investimentos que somam R$ 160 milhões, diz o presidente da rede, Roberto Bertino.
Desses, ao menos dois serão construídos em 2017.
"É uma região rica, com boa infraestrutura, rodeada de estradas e alguns aeroportos. Identificamos um alto potencial hoteleiro."
Entre as cidades paulistas que deverão receber os novos empreendimentos, estão Campinas, Indaiatuba, São José do Rio Preto e São José dos Campos.
As unidades terão bandeiras econômicas.
R$ 144 milhões
foi o faturamento da Nobile Hotéis no ano passado
26
são as unidades da rede, que estima encerrar 2016 com 37 empreendimentos
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HORA DO CAFÉ
Editoria de Arte/Folhapress | ||
com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA
Livraria da Folha
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