Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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Coca-Cola lança no Brasil refrigerante com estévia e 50% menos açúcar
A Coca-Cola com estévia e 50% menos açúcar chega ao mercado brasileiro. Em até duas semanas, a opção com a metade do açúcar da Coca-Cola original deverá estar em todo o país.
"No Brasil, estávamos esperando de mãos atadas. Um novo decreto permitiu lançar o primeiro refrigerante no mercado brasileiro com essa mistura de adoçante e açúcar", afirma Xiemar Zarazúa, presidente da Coca-Cola Brasil.
O produto já está em 25 países, mas, no Brasil, a Coca verde –para se diferenciar do rótulo vermelho da original e do preto da Zero-, terá uma fórmula inédita no mundo, de terceira geração, adaptada ao paladar brasileiro.
Fabio Teixeira/Folhapress | ||
Xiemar Zarazúa, presidente da empresa, na sede no Rio de Janeiro |
A estévia usada não é produzida internamente –virá de fornecedor internacional.
Secreto como a fórmula é o investimento feito. "É expressivo, mas não pode ser revelado", afirma o executivo mexicano.
É o primeiro lançamento da marca no país desde a Coca-Cola Zero, em 2007. Além dela, já existia a Coca-Cola Light, também sem caloria.
"É importante adicionar um fato à luta contra a obesidade. Não faz bem para ninguém consumir muita caloria. É papel nosso apresentar outras opções para se ter uma dieta mais equilibrada."
A companhia pretende também incrementar a oferta das embalagens menores, de até 250 ml, de seus produtos.
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"O país espera uma virada positiva. Levará um tempinho. Impossível ficar assim, mas ninguém acredita em uma virada no curto prazo."
"O Brasil tem mercado interno poderoso, instituições fortes, democracia, cidadãos que confiam no país. Tomara que seja logo."
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REFRIGERANTE BRANCO
Além da fábrica em construção no Rio de Janeiro, que deverá ser inaugurada em 2017, a Coca-Cola Brasil continua a fazer investimentos e se prepara para entrar na indústria de laticínios.
A companhia está prestes a fechar a compra da Verde Campo, de Lavras (MG).
"A operação já foi fechada e aprovada pelo Cade. Nas próximas semanas será concluída", afirma Xiemar Zarazúa, presidente da companhia no Brasil.
"Faz parte do portfólio no qual a Coca tem dito vai participar. Será em todos os segmentos de bebidas não alcoólicas, leite, todo o negócio de laticínios. Isso já ocorre, em muitos países."
Nem uma marca tão conhecida escapa dos efeitos de câmbio, altos juros e custos, além da queda de consumo.
"Para nós, não é diferente do resto da indústria, ninguém consegue fugir do impacto negativo da crise. Mas mantivemos investimentos —neste ano, de R$ 2,5 bilhões."
Mas não está fácil explicar a situação do Brasil no exterior, reconhece.
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DEVO, NÃO NEGO
O percentual das famílias com dívidas no cartão de crédito e cheques pré-datados teve leve queda em abril, segundo a CNC (Confederação Nacional do Comércio). Na comparação, foi de 60,3%, em março, para 59,6%.
"A pequena queda até nos surpreendeu. Esperávamos que os indicadores de endividamento refletissem o momento ruim do mercado", analisa Marianne Hanson, economista da entidade.
Em relação ao mesmo mês de 2015, cresceu o total de inadimplentes, quando o indicador alcançou 19,7%.
CONTAS ACUMULADAS - Famílias com dívidas
"O varejo teve um início de ano muito ruim. As vendas caíram 7,3% no acumulado do primeiro bimestre, a queda foi generalizada em todos os setores, nenhum cresceu. A confiança está baixa; a taxa de juros, alta demais."
A parcela de pessoas que declararam não ter condições de pagar dívidas em atraso também caiu, para 8,2% em abril —em março, eram 8,3%. No mesmo mês de 2015, porém, eram 6,9%.
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MOTOR NA CRISE
A Johson Electric, fabricante de micromotores com aplicação industrial, baseada em Hong Kong, vai aportar US$ 10 milhões (R$ 35,2 milhões) para transferir sua sede brasileira de Guarulhos para Arujá (SP).
O investimento, que teve apoio da Investe SP, deverá dobrar sua produção de eletroventiladores automotivos.
"Apesar da crise no setor, as montadoras têm nos procurado em busca de tecnologias para reduzir o consumo de combustível e se adequar aos padrões definidos por programas federais", diz o diretor financeiro, Roberto Souza.
A expansão também abre espaço a uma possível diversificação do portfólio.
"Há produtos da empresa que ainda não são fabricados no Brasil e que podem atender desde o setor hospitalar até o de jardinagem."
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NEM ELA ESCAPA
O tíquete médio de compras no comércio eletrônico para o Dia das Mães deve ter 20% de queda em relação ao ano passado, segundo cálculos da Abcomm, a associação das empresas do setor.
O valor cai desde 2012, quando começou a ser apurado, mas essa é a maior diminuição já verificada.
Além da crise, há outros fatores que explicam a redução, de acordo com Rodrigo Bandeira Campos, vice-presidente da associação.
DIA DAS MÃES - Tíquete médio de compras on-line cai 20%
Nos últimos anos, houve incentivos à venda de produtos de altos valores —a linha branca teve isenção de IPI e, em 2014, a Copa do Mundo favoreceu o comércio de aparelhos de televisão.
Apesar da redução do tíquete médio, a previsão é que o faturamento total aumente. A migração do comércio de rua para o on-line contribui para isso.
Outro fator é o fim da gratuidade do frete. "Nós consideramos o valor do transporte dentro do volume faturado", afirma Campos.
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HORA DO CAFÉ
Editoria de Arte/Folhapress | ||
com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA
Livraria da Folha
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