Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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exceto aos sábados.
Gasto da União com itens de saúde cai em R$ 600 mi
No primeiro semestre, as compras do governo federal de artigos médicos e veterinários caiu cerca de 10% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Essa é a categoria com que o governo tem o mais alto gasto –na primeira metade deste ano, representou 31% de todos os desembolsos com materiais e serviços.
Em valor absoluto, a indústria vendeu R$ 600 milhões a menos para a União na primeira metade deste ano.
A segunda categoria que enfrentou quedas significativas foi a de equipamentos para recreação e desportos. A União gastou R$ 65 milhões a menos com esses itens.
Essa economia representa 11% daquela que o governo teve com itens para a saúde.
Para reduzir preço, o governo tem comprado de forma mais miúda, lançado editais de licitação com prazos curtos e atrasado pagamentos, diz Antônio Britto, presidente da Interfarma (associação de farmacêuticas).
"O setor respondeu com negociação de condições, mas temos alertado que a equação [da demanda e da capacidade do governo para fornecer atendimento médico] não fecha."
As compras governamentais representam cerca de 30% do mercado da Roche, segundo o presidente para o Brasil, Rolf Hoenger. A diminuição de aquisições da União causou impacto, diz.
"Notamos que o estoque de produtos que o governo mantinha foi reduzido."
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Serviço em queda
O perfil das compras governamentais mudou do ano passado para este. Em 2015, os valores se dividiram quase igualmente entre materiais e serviços –este último tipo de despesa perdeu representatividade em 2016.
O item que lidera os desembolsos da União em ambos os anos é o de serviços bancários. Até junho, foram gastos R$ 1,2 bilhão com eles.
Os serviços de engenharia, que em 2015 figuravam como a segunda maior compra, neste ano estão em quinto lugar, com R$ 534 milhões.
Entre os materiais, a aquisição de ônibus subiu de forma significativa –em 2015, o governo federal gastou R$ 8,8 milhões com eles, e neste ano, 617 milhões.
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Conta atrasada
A indústria de produtos médico-hospitalares tem sofrido com o aumento dos prazos de pagamento de governos, principalmente estaduais e municipais, afirma Carlos Goulart, presidente da Abimed.
"Em algumas empresas, os atrasos chegam a 300 dias, sendo que o tempo em geral é de 30 dias", afirma.
Na Fujifilm do Brasil, onde 45% das vendas são de produtos para saúde, o intervalo chega a 120 dias, segundo o responsável pela área da empresa, Eduardo Tugas.
"É um mercado de risco alto no país. Só temos entrado em licitações após muita análise prévia dos recursos disponíveis", afirma.
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Leste no oeste
O grupo Trend Foods, dono do China in Box e Gendai, fará uma parceria com a japonesa Nippon Ham, fabricante de comida processada.
"Vamos lançar um prato de frango oriental, e eles estão interessados em se aproximar do mercado brasileiro", diz o presidente, Robinson Shiba.
O Gendai tem sentido a queda de movimento nos shoppings e não deve abrir restaurantes neste ano. Quase todas as unidades da marca ficam em centros comerciais.
Para tentar contornar a baixa de público, a marca passará a ter a opção de entrega em casa em todas as unidades.
O China in Box abrirá lojas em São Paulo e Rondônia.
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Sem inovação
As fabricantes de produtos médicos de alta tecnologia cortaram em 12% sua produção no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2015, segundo a Abimed, associação do setor.
Até o fim do ano passado, a produção da indústria se mantinha com alta de 0,5%.
"Com menos arrecadação, os governos deixam em segundo plano os novos investimentos, que são o que alimentam nosso mercado", diz o presidente-executivo da entidade, Carlos Goulart.
As compras públicas respondem por metade das vendas do mercado.
"Há também uma queda grande no setor privado, devido à redução do número de beneficiários", avalia Eduardo Tugas, responsável pela área de saúde da Fujifilm.
A empresa, que traz seus produtos do Japão, manteve sua produção neste semestre, diz ele. As importações como um todo, porém, caíram 24% no período, em relação a igual período de 2015.
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HORA DO CAFÉ
Marcelo Andrade/Editoria de Arte/Folhapress | ||
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