Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
Escreve diariamente,
exceto aos sábados.
Depósito judicial de R$ 2 bilhões engorda receita do Estado de São Paulo
Os depósitos judiciais, fixados pela Justiça em consignação antes do término de um processo, garantiram mais de R$ 2 bilhões na receita do Estado de São Paulo.
O valor não era previsto no início deste ano e surgiu no balanço do terceiro bimestre.
Mesmo com esse reforço, o ano deve terminar em R$ 3,1 bilhões negativos.
Não é a primeira vez que o governo recorre a esses depósitos, afirma Nanci Galuzio, diretora do departamento de finanças do Estado: "Em 2015, tivemos uma entrada de recursos de R$ 1,37 bilhão".
A diferença é que os R$ 2 bilhões incorporados neste ano são valores em disputa na Justiça pela administração indireta (fundações públicas, autarquias etc.)
Recursos como esses "dificilmente vão entrar" no futuro, já que o estoque de depósitos judiciais foi praticamente esgotado, diz Galuzio.
Foi uma medida provisória da presidente Dilma Rousseff que determinou que o dinheiro que ainda não foi destinado definitivamente aos Estados pudesse ser incorporado.
Como a outra parte que disputa a ação pode ganhar, a lei permite ao ente federativo usar 70% dos recursos. O resto vai para um fundo que garante o pagamento em caso de derrota judicial.
"Não dá para usar isso para fazer resultado primário, uma hora vai acabar", diz Vilma da Conceição Pinto, pesquisadora da FGV Rio.
Mesmo com o fundo de 30%, pode haver problemas, diz: "Se precisar sacar e não tiver, [o governo] ficará em uma situação muito ruim".
Em nota, a Fazenda diz que o dinheiro será usado em pagamento de precatórios.
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Venda de tabaco para o exterior cai 9,23% entre janeiro e julho
As vendas de tabaco ao exterior caíram 9,23% em valor de janeiro a julho deste ano, em comparação ao mesmo período de 2015 -um total de US$ 1 trilhão (R$ 3,3 trilhões).
Em volume, a retração foi de 2,78%, totalizando 244,2 mil toneladas, segundo o Mdic (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).
"A queda nas exportações é um reflexo da redução das safras do ano passado e deste ano. O preço do produto no mercado internacional também tem caído", afirma Iro Schünke, presidente do Sinditabaco (do setor).
A estimativa do sindicato é que a produção de 2016 seja cerca de 20% menor que a do ano passado.
Do total produzido na última safra, 51% veio do Rio Grande do Sul. Em seguida, aparecem Santa Catarina (29%) e o Paraná (20%).
O tabaco brasileiro hoje é exportado para 97 países.
Atualmente, mais de 40% do produto têm os países da União Europeia como destino. Cerca de 25% vão para a Ásia, sobretudo a China, e 11%, à América do Norte.
VOU TOMAR AQUELE VELHO NAVIO - Participação na produção, em %*
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Segundo Tempo
Redes de complemento e reforço escolar querem aproveitar a volta às aulas para se expandir neste semestre.
O Kumon, que ensina de matemática a japonês, terá 27 novos pontos até dezembro. "Em 2017, deveremos inaugurar o dobro de 2016", estima o presidente no Brasil, Masami Furuta.
Muitos desses franqueados perderam o emprego recentemente e tinham recursos para investir, diz Julio Segala, também do Kumon.
Com a crise, a rede Tutores não ganhou alunos no primeiro semestre, mas a segunda metade deverá ser melhor, afirma Artur Hipólito, sócio da empresa, que prevê abrir 20 endereços.
"Após a volta da confiança do consumidor, microfranquias, como a nossa, deverão se beneficiar antes -tanto em procura de clientes quanto de franqueados, pois o aporte é mais baixo."
O Prepara, que abrirá 35 centros, lançou um modelo em que a unidade fica dentro de uma escola, por preço cinco vezes menor, diz o fundador, Rogério Gabriel.
55 UNIDADES
o Kumon abrirá até o fim de 2016
35 CENTROS
a mais terá a Tutores neste ano
150 ESCOLAS
o Prepara inaugurará, no total
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Pisando em novo território
As empresas fornecedoras de peças e insumos ao setor calçadista ampliaram em 5,3% sua receita nominal no primeiro semestre deste ano, em comparação com igual período de 2015, aponta a Assintecal, entidade do setor.
O resultado ficou um pouco acima da inflação, que foi de 4,4% até junho.
O motivo é que, com a crise, companhias de outras indústrias, como a têxtil e a moveleira, passaram a atuar na área, diz a superintendente da associação, Ilse Guimarães.
"São segmentos mais pulverizados que o nosso e que sofrem muito com a concorrência de importados."
O número de associados saltou de 260 para 300 em um ano. Além disso, algumas empresas que já atuavam no ramo expandiram suas atividades a outros setores.
As exportações também subiram 5,3% no período. A representação no faturamento total se manteve em 12%, mas o número de empresas que vendem para fora subiu de 123 para 160 em um ano.
UM PASSO A MAIS - Fabricantes de insumos e componentes para a indústria calçadista
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Falência pessoal
O número de CPFs cancelados aumentou 22% nos últimos 12 meses, de acordo com a Unitfour, que fornece dados para áreas de cobrança, call centers e crédito.
O motivo é o maior número de falências de pessoas físicas, quando estas não conseguem quitar suas dívidas, segundo o diretor da empresa, Rafael Albuquerque.
Hoje esses casos representam 1,07% dos cadastros do país -são 213 milhões registrados na Receita Federal.
O número de CPFs em situação regular (85,12% do total) diminuiu 3%.
No mesmo período, a redução de empresas ativas foi de 5,6%. Atualmente, elas são 61,6% dos cadastros, cujo total é de cerca de 30 milhões.
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com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA
Livraria da Folha
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