Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
Escreve diariamente,
exceto aos sábados.
Setor de galpões logísticos projeta queda de estoque
Com resultados estáveis no terceiro trimestre deste ano, o segmento de condomínios logísticos (complexos de armazéns) prevê redução de estoques e aumento na demanda em 2017.
No Estado de São Paulo, principal mercado do país, a taxa de vacância ficou quase igual à do trimestre anterior. Chegou a 27%, com queda de um ponto percentual, segundo a cnsultoria Colliers.
A absorção líquida (área contratada menos a devolvida), no entanto, evoluiu, o que animou o setor.
"No ano que vem, a entrada de inventário deverá ser menor, e a absorção líquida voltará à casa de 500 mil m²", diz Paula Casarini, vice-presidente da consultoria no país.
"No primeiro semestre, tivemos uma combinação de demora para fechar os negócios e entrega de armazéns superior à demanda."
Em 2017, a taxa de vacância tende a regredir e girar em torno de 22%, afirma.
Entre julho e agosto, a AGV Logística observou queda de 9% na área contratada, na comparação com o primeiro semestre deste ano.
Mesmo assim, com despesas menores após uma reestruturação iniciada em 2014, a empresa projeta crescer aproximadamente 15% nos próximos três anos.
"Teremos aporte 50% maior que o de 2016, sobretudo em tecnologia e armazéns, para atender algumas regiões específicas em que não estamos presentes", diz o diretor-executivo Mauricio Motta.
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Obras no armazém
A Fulwood, de condomínios logísticos e industriais, planeja entregar três empreendimentos em São Paulo nos próximos anos, que somarão 136 mil m² adicionais de armazenagem.
Pelo menos um deles, de 56 mil m², deverá ser finalizado em 2017, para atender o aquecimento do setor.
O investimento previsto é de R$ 80 milhões. As outras duas obras serão financiadas por terceiros, diz Gilson Schilis, diretor-executivo da companhia.
"Após a execução de novos projetos, nossa vacância, hoje em 14,5%, deverá cair para um dígito no primeiro trimestre", afirma.
"Diria que 2016 foi um ano estável. Houve bastante interesse local, mas poucas aprovações por causa da cautela dos estrangeiros."
380 mil m²
é a área total do inventário da Fulwood
11
é o número de condomínios
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Desembolso do BNDES para setor agrícola sobe 11% no ano
Em um quadro de queda de desembolsos, os empréstimos do BNDES para os programas agrícolas do governo federal cresceram 11% de janeiro a outubro e alcançaram R$ 12 bilhões, segundo a coluna apurou.
O banco deve divulgar nesta terça-feira (22) os resultados do acumulado dos dez primeiros meses deste ano.
Outro programa que teve expansão foi o BNDES Progeren, de financiamento para capital de giro das empresas.
Revisado recentemente, o desembolso dessa linha subiu 54% até outubro e registrou R$ 1,6 bilhão, a maior parte para micro, pequenas e médias empresas.
Na exportação, o segmento de material de transporte, que inclui o setor de aeronaves, teve alta de 138% de janeiro a outubro. No total, os empréstimos do banco vêm se contraindo em cerca de 30% neste ano.
No mês passado, a expectativa da presidente Maria Silvia Bastos Marques era de redução do ritmo de queda dos desembolsos já em outubro.
A conferir.
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O que vai, o que fica
As companhias brasileiras deverão fazer uma forte reformulação de seu portfólio para recuperar a taxa de retorno a seus acionistas após a recessão econômica, avalia o sócio da consultoria BCG, Jean Le Corre.
O processo, que já pode ser observado pelo maior número de aquisições no país, deverá se intensificar no ano que vem, projeta o executivo.
"Muitas empresas têm reavaliado o papel de seus negócios para decidir quais deles receberão investimentos e quais serão vendidos."
Fazer boas escolhas nesse processo será essencial para o período pós-crise, diz ele.
"É como no caso do setor farmacêutico, que hoje tem as companhias globais com a maior taxa de geração de valor: foram turbulências de mercado que levaram a indústria a repensar seu modelo de negócios."
No Brasil, além de uma melhor gestão de portfólios, a crise deverá forçar as empresas a investir mais em inovação e produtividade.
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Natal de mão fechada
Às vésperas da Black Friday e do Natal, a intenção de consumo no país segue 2,8% menor que em novembro de 2015, segundo a CNC (confederação do comércio).
O índice evoluiu desde julho, quando atingiu seu pior patamar, mas a recuperação será lenta, afirma o economista Bruno Fernandes.
Entre as famílias com renda acima de dez salários mínimos, porém, a intenção de consumo já é 9,3% maior que em novembro de 2015.
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Teto... O aluguel em São Paulo continua abaixo da média histórica, mas aumentou em outubro. Hoje, é 0,8% menor que há um ano.
...mais alto Os imóveis de 2 dormitórios foram os que tiveram maior alta: 1,4% a mais que em setembro. Os dados são do Secovi-SP.
Águas... Os cruzeiros marítimos moveram R$ 1,91 bilhão na temporada 2015/2016, segundo estudo da FGV encomendado pela Clia Brasil (associação do setor).
...turvas As cidades destino ficaram com a maior fatia dos gastos. As despesas nas próprias embarcações caíram 29,6% em relação à temporada anterior.
Pós-chique A Oscar Freire virou a terceira rua de comércio de luxo mais cara da América do Sul, atrás de uma via do Rio e de uma em Bogotá, diz a Cushman & Wakefield.
Mobilidade A Zazcar, aplicativo que aluga carros compartilhados, projeta aporte de R$ 7 milhões no ano que vem para aumentar sua frota e o número de postos de retirada.
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Hora do café
com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI
Livraria da Folha
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