Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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Para evitar caminhão vazio, empresas ampliam compartilhamento de carga
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A estratégia de transportar cargas de outras empresas para evitar que caminhões transitem vazios tem ganhado força, segundo companhias que adotam a iniciativa.
"Houve uma intensificação, de 2015 para cá, com a busca por alternativas em meio à retração econômica", afirma Ricardo Gelain, diretor da JBS Transportadora.
A estimativa é aumentar de 10% a 15% o número de clientes e de rotas compartilhadas nos próximos anos, diz o executivo. O frigorífico adotou a estratégia em 2012 e conta hoje com dez parceiros.
O acordo entre as partes se assemelha a uma operação comercial padrão, com a exceção de que a companhia que controla a frota tem prioridade nas entregas.
"Levamos produtos para grandes centros consumidores, e nossa produção se concentra no Norte e Centro-Oeste. Como nossos parceiros precisam fazer o caminho contrário, a ideia faz sentido para os dois lados."
Empresas que oferecem a solução de transporte compartilhado não raro contratam o mesmo serviço de terceiros. É a relação existente entre JBS e Ambev, por exemplo.
"É um 'ganha-ganha'. A partir desse programa conseguimos ter e oferecer frotas para trechos específicos", diz Pablo Vieira, diretor de logística da Ambev.
A empresa também adota a iniciativa desde 2012 e possui hoje 20 clientes. "A curva de adesão ao compartilhamento de frota é crescente e continuaremos abertos para expandi-lo", afirma Vieira.
Como funciona compartilhamento de frota
1) Caminhões controlados pela empresa A saem da central de distribuição e realizam a entrega
2) Para não retornarem vazios, são carregados com produtos da companhia B, que contrata e paga normalmente pelo serviço
3) Mercadoria da empresa B é entregue em alguma região localizada no caminho de volta
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Demanda pequenina
Transportadoras menores aderiram à tendência de investir em soluções para reduzir gastos com rotas e combustível durante períodos de crise, segundo as fornecedoras de tecnologia.
O movimento, natural entre companhias de grande porte, passou a ocorrer com maior frequência entre pequenas e médias, afirmam.
"Por serem mais ágeis, as menores sentem o impacto dessas aplicações mais rapidamente", diz Cristina Palmaka, presidente da SAP Brasil.
O maior interesse desse público-alvo contribuiu para um aumento de 25% a 30% na demanda por soluções logísticas, aponta a Totvs.
A tendência é confirmada pela Maplink, que, após comprar a francesa Optilogistic, em outubro, terá como um dos seus focos atender empresas com até 15 veículos.
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Luz no fim do túnel
A ampliação do mercado livre de energia para consumidores de menor porte e residências ganhou fôlego com a mudança de governo, avalia Cristopher Vlavianos, presidente da Comerc, que vende energia a grandes indústrias.
Hoje, o modelo –no qual o preço da energia é fechado entre cliente e comercializadora– é permitido apenas a quem consome a partir de 500 KW, com fornecimento renovável, e 3.000 KW, para qualquer fonte de energia.
"Antes, não havia abertura no governo, por isso recorremos ao Legislativo. Há projetos de lei sobre o tema em tramitação, mas o Executivo é o caminho mais interessante."
A nova gestão, diz, assumiu o discurso de privilegiar o mercado livre e a concorrência, além de ter mais interlocução com as empresas.
"Hoje, o momento é de discutir soluções a entraves como o modelo de contratos longos com as distribuidoras."
Outros problemas apontado são o financiamento de novos projetos de infraestrutura e a necessidade de garantir competitividade nos contratos, afirma Vlavianos.
O consumo de energia entre as clientes da companhia acumula queda de 2,7% neste ano até outubro, em relação a igual período de 2015.
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Armazém gringo
A gestora brasileira de recursos TRX finalizou a compra de dois terrenos próximos a Miami para construir galpões industriais logísticos.
Os projetos deverão ser concluídos entre o fim de 2017 e o início de 2018, segundo a empresa. O investimento total será de US$ 60 milhões (cerca de R$ 205,4 milhões).
O valor foi captado com fundos de investimento oferecidos pelo grupo.
Diferentemente do mercado brasileiro, em que a atual taxa de vacância é superior a 20%, no sul da Flórida esse índice é menor que 4%, afirma Scott Pryce, diretor-executivo da TRX Investments.
"Os Estados Unidos têm mais capital e um menor número de projetos disponíveis que no mercado brasileiro."
Os galpões serão os primeiros do grupo nos EUA. No Brasil, pelo menos 50 empreendimentos já foram construídos, segundo a empresa.
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Poço sem fundo
O varejo deverá fechar este ano com uma queda de 6,6%, segundo projeção da ACSP (Associação Comercial de São Paulo). É um tombo pior que o do ano passado, que foi de 4,3% em relação a 2014.
"O índice de confiança do consumidor coloca o número para baixo. Havia melhorado, mas teve novas reduções", diz Marcel Solimeo, economista da entidade.
Na simulação da entidade, o varejo deverá seguir em retração no ano que vem.
UM ANO DE DETERIORAÇÃO - Projeção da Associação comercial
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Guerra... A briga entre corretores e a Youse, empresa on-line da Caixa Seguradora, terá novos capítulos: a Fenacor, de corretores, vai entrar com agravo contra decisão da Justiça Federal do Rio que revogou a suspensão à companhia.
...segurada No dia 18, uma liminar havia suspendido a venda e publicidade da Youse. Além do recurso, a federação prepara outras ações, que não podem ser reveladas "por questão estratégica",afirma o presidente, Armando Vergilio.
Reforço... A principal destinação do 13º salário neste ano será o pagamento de dívidas (45%), seguido por poupança (19%), compra de produtos ou serviços (17%) e lazer (8%), segundo pesquisa nacional da Fecomercio-RJ.
...no caixa Quatro em cada dez brasileiros vão receber o benefício, um total de 60,4 milhões de pessoas. Entre as classes D e E, porém, a taxa cai para 22%. Na análise regional, o Sul tem a maior concentração, com 52% de beneficiados.
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Hora do café
Tiago Recchia/Folhapress | ||
com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR ITSUMI
Livraria da Folha
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