Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
Escreve diariamente,
exceto aos sábados.
Rio e Salvador seguem como favoritos para Ano Novo, mas viagens são mais curtas
Rio de Janeiro e Salvador continuam a ser os principais destinos de Réveillon dentro do país, mas a crise fez com que as compras de passagens caíssem e as viagens se tornassem de menor duração, segundo agências.
"Os clientes não deixaram de viajar, mas ficam menos tempo fora de casa", diz Marcos Balsamão, presidente da Abav-SP (associação de agências de viagem).
Os destinos também se tornaram menos internacionais.
Antes da recessão, 60% das transações em agências para o feriado eram para fora, e o resto para o próprio Brasil. Agora, a razão se inverteu e a maior parte dos viajantes não sai do país.
A novidade entre os turistas domésticos são cidades do interior de São Paulo, onde há resorts e pousadas de estilo hotel-fazenda.
Fora do Brasil, Miami e Buenos Aires continuam a ser as destinações mais desejadas.
Entre as compras feitas pela internet, houve diminuição de 8% de receitas nominais, segundo a Criteo Brasil, que monitora esse mercado.
"É a primeira queda em número de compras", afirma Fernando Tassinari, diretor-executivo da empresa.
O fato de a virada ter caído de um sábado para um domingo atrapalhou, diz. O efeito é superior à volatilidade alta no câmbio, que tem impacto forte no segmento, mas à qual o setor se acostumou.
O Ano Novo e o Carnaval são as principais datas para o turismo.
GASTOS TURÍSTICOS FORA DO BRASIL - De janeiro a novembro, em US$ bilhões
Cidades que mais atraem turistas para o Réveillon
São Paulo (litoral e interior), Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Natal
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O que estou lendo
JERSON KELMAN, presidente da Sabesp
"Sobre a maneira de transmissão do cólera", escrito pelo médico inglês John Snow (1813-1858), é o livro que está à cabeceira do presidente da Sabesp, Jerson Kelman.
Em meados do século XIX, acreditava-se que quase todas as doenças, inclusive o cólera, resultavam da inalação de gases provenientes da decomposição de matéria animal ou vegetal, relata Kelman, Ph.D em hidrologia.
Snow visitou enfermos e concluiu que a doença é transmitida pela água, e não pelo ar. "Teorias plausíveis, mas erradas, podem atrasar a solução de problemas que afligem a humanidade", observa Kelman.
Claudio Belli/Valor | ||
Jerson Kelman, presidente da Sabesp |
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Na boca da produção
O interior de São Paulo puxou o crescimento da empresa de refeições coletivas LC Restaurantes.
Foram 12 contratos fechados na região neste ano. Outros quatro já estão encaminhados para 2017, diz Dâmaris de Luca, diretora e filha do fundador da empresa.
A projeção da LC é que a receita cresça 20% no ano que vem, em relação a 2016.
"Toda vez que fechamos um negócio, fazemos um aporte equivalente a um faturamento anual. Em 2017, pretendemos investir esses mesmos 20%", o que representaria R$ 60 milhões, afirma Dâmaris.
O setor petroleiro, que já é atendido pela empresa, também deverá manter o setor aquecido em 2017.
"Alguns contratos de restaurantes para atender funcionários em plataformas de Macaé e Santos terminam no ano que vem."
R$ 300 MILHÕES
é o faturamento estimado pela LC Restaurantes em 2016
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Movimento na cozinha
A recessão ajudou a movimentar o setor de alimentação corporativa, apontam empresas de menor porte.
"A busca por preços mais baixos aumentou o número de concorrências", afirma Dâmaris de Luca, diretora da LC Restaurantes.
A concorrente Apetit fechou 32 contratos em 2016 e deve encerrar o ano com faturamento de R$ 145 milhões.
"O começo do ano foi bem movimentado", diz a presidente Marcia Manfrin. "Depois de agosto passamos a ver empresas mais acomodadas."
A recessão levou companhias maiores a renegociar preços e revisar cardápios, afirma Mauro de Marchi, presidente da Sodexo On-site.
"Ainda assim encerramos o ano fiscal com crescimento de 5,4% no faturamento."
De modo geral, o setor foi pior que o esperado devido às demissões e fábricas fechadas, diz Antonio Guimarães, diretor-superintendente da Aberc (de refeições coletivas).
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Papel do presente de Natal
O consumo de energia livre —em que as empresas negociam preços diretamente com as comercializadoras— aumentou 1,3% em novembro, mas segue com queda de 2,4% no acumulado de 2016, segundo a Comerc.
"Os últimos meses ajudaram a melhorar o resultado do ano. A perspectiva para 2017 é de estabilidade", afirma Cristopher Vlavianos, presidente da comercializadora.
Entre os setores atendidos, o de papel e celulose teve o melhor resultado até novembro: uma alta de 0,5% na comparação com o mesmo período de 2015.
Em seguida, vêm a indústria química, siderurgia e metalurgia, cujo consumo permaneceu estável.
NO MERCADO LIVRE - Setores com as piores quedas de consumo de energia neste ano, em %*
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Hora do Café
com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI
Livraria da Folha
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