Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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exceto aos sábados.
Governo de SP lança PPP estadual de iluminação pública para cidades
Edilson Dantas - 2.ago.2014/Folhapress | ||
O governo Alckmin acaba de lançar um projeto de Parceria Público-Privada (PPP) na área de iluminação pública.
A ideia é melhorar a qualidade do serviço, reduzir custos com manutenção e o consumo de energia, além de gerar emprego, renda e aumento da receita de municípios.
As cidades que aderirem ao Ilumina SP poderão contar com a estrutura da Fazenda paulista para estruturar projetos, edital, contrato e modelo de negócio.
"Ao trocar o mercúrio pelo LED, a prefeitura reduz à metade o gasto de energia e torna a sua rede inteligente", segundo Hélcio Tokeshi, secretário estadual da Fazenda. "A telefonia pode implantar sua tecnologia no poste de luz", exemplifica.
Para Tokeshi, se deixar para o setor privado, cada empresa fará com o seu protocolo, sem ganho de escala.
"Poucas cidades têm capacidade para fazer o projeto. O que ocorre é que uma companhia interessada oferece 'graciosamente' o plano pronto, segundo seus interesses."
Quanto à Prefeitura de São Paulo, cuja concorrência para a sua PPP foi suspensa pelo Tribunal de Contas do Município, afirma que"se ela quiser participar, será um prazer, mas o Estado não depende da capital para lançar a sua."
Os municípios têm um mês para aderir ao projeto. A secretaria da Fazenda estima ter o edital pronto em cerca de seis meses.
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Adriano Vizoni/Folhapress | ||
Telêmaco Genovesi Júnior, sócio da gestora de investimentos GGR |
Fora do comum
A gestora de investimentos GGR planeja fazer até setembro uma nova captação para um fundo imobiliário, segundo o sócio-gestor Telêmaco Genovesi Júnior.
A primeira oferta, encerrada na terça-feira (2), porém, ficou abaixo do esperado: dos R$ 250 milhões ofertados, foram captados R$ 141 milhões. O fundo poderá chegar a R$ 750 milhões.
"A ideia é investir em galpões industriais logísticos com contratos de longo prazo. Até o fim deste mês, deverão ser anunciados três acordos de no mínimo dez anos", afirma o executivo.
No modelo dos contratos do novo fundo, que terão ao menos cinco anos de duração, o espaço é construído sob medida para a empresa, que paga um aluguel.
Em caso de rescisão, a multa é o valor total do acordo. "Dessa forma, pode até haver a vacância física, mas não a financeira. Isso dá segurança aos investidores, que sofreram muito com fundos imobiliários no passado", diz Genovesi.
Neste ano, a gestora ainda planeja captar R$ 100 milhões para um fundo que investirá em loteamentos e imóveis, além de abrir uma oferta de R$ 250 milhões para um outro fundo, de antecipação de créditos, já existente.
R$ 750 milhões
é o valor total sob gestão da GGR Investimentos
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Da escola ao tribunal
Após 14 anos de disputa judicial, o Tribunal de Justiça de São Paulo julgará nesta terça (9) se dez universidades terão de pagar uma multa de cerca de R$ 90 milhões a uma companhia de tecnologia.
A empresa acusou em 2003 a Rede Brasileira de Educação a Distância (que reunia instituições que hoje fazem parte de grupos como Kroton, Ser e Anhembi Morumbi) de permitir que associados usassem o software contratado pela entidade.
Após diversos recursos, em 2016, a Rede foi definitivamente condenada, mas como a entidade não opera mais, não há caixa para executar a dívida. A empresa, então, pediu que a cobrança fosse feita a cada uma das sócias.
"A acusação alega que a sociedade foi desmontada para evitar a cobrança, mas a empresa apenas não progrediu", diz Jucelia Correa, que defende a entidade de ensino.
"Cada universidade pegava o que recebia pela Rede e retirava, por isso não há caixa. Foi uma manobra para esvaziar a cobrança", diz Fabrício Rocha, advogado da acusação.
14 ANOS DE JULGAMENTO
ACUSAÇÃO
A empresa de tecnologia Centro de Estratégia Operacional acusou a Rede Brasileira de Educação a Distância de usar um software indevidamente
CONDENAÇÃO
A Rede foi condenada a pagar R$ 70 milhões —com a correção, o valor pode ir de R$ 90 milhões a R$ 108 milhões
IMBRÓGLIO
A Rede, formada por dez sócias, não tem caixa próprio para pagar a multa. A empresa pede que a cobrança seja feita às dez empresas
RESULTADOS?
Caso o tribunal permita que as sócias sejam cobradas, a conta pode ser dividida entre elas, ou algumas delas. Caso contrário, a cobrança é anulada. No entanto, ainda cabem recursos
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Expansão química
O SI Group, multinacional do setor químico, vai investir US$ 20 milhões (cerca de R$ 63,5 milhões) na expansão de sua planta em Rio Claro, no interior de São Paulo.
O grupo faz produtos intermediários, como resinas, tanto para consumo final como para a indústria.
O aporte será destinado à expansão da fábrica -outra unidade, em Jundiaí, fechou.
Além da planta em si, será construído um galpão e um abrigo de produtos.
O investimento estava planejado desde 2014, diz João Paulo Canto Porto, vice-presidente para a América do Sul.
"O aporte visa melhorar a competitividade e aumentar a capacidade. Há três anos, decidimos que, se o Brasil não progredisse, teríamos condições para enfrentar a adversidade da crise e, se crescesse, estaríamos preparados."
A expansão teve apoio da agência Investe São Paulo.
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Saiu caro
O TCU (Tribunal de Contas da União) estimou quanto o país deixou de arrecadar por causa da recessão e da corrupção em 2015 e 2016: R$ 140 bilhões, na soma.
O cálculo é uma atualização de uma equação desenvolvida pela Fiesp em 2011, que leva em conta percepção de corrupção, redução da eficiência do gasto público e desestímulo a investimentos.
"Com a falta de governança e a corrupção, há perda de credibilidade, os investimentos caem e o país deixa de crescer e arrecadar. Fizemos uma conta em termos de tributos desse valor", afirma o ministro Augusto Nardes.
Os técnicos do gabinete do ministro deverão fazer ainda outros cômputos, como o das perdas da Petrobras com a corrupção, com base em dados das auditorias do próprio órgão da União, segundo relata Nardes.
O TCU divulgou no ano passado o resultado das práticas que vieram à tona com as investigações da Lava Jato. Os auditores do tribunal chegaram, então, ao valor de R$ 29 bilhões.
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Hora do Café
Alves/Folhapress | ||
com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI
Livraria da Folha
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