Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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Alta da demanda e Copa aceleram importação de componentes de TV
Avener Prado/Folhapress | ||
Copa do Mundo de 2018 deverá aumentar em 15% as vendas de televisões, segundo o setor |
A importação de componentes para televisores cresceu 65% entre janeiro e setembro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2016, segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
A alta reflete a melhora do consumo e, em parte, os pedidos de peças para aparelhos a serem colocados nas prateleiras no ano que vem, antes da Copa do Mundo.
"Há uma demanda crescente para o período promocional de Black Friday, Natal, saldão de janeiro e Copa", afirma Roberto Barboza, vice-presidente comercial da LG.
As vendas de 2018 não deverão ser iguais às de 2014, que foi o recorde da produção brasileira, com mais de 15 milhões de unidades vendidas.
O torneio de futebol, diz ele, deverá trazer um crescimento extra do mercado de até 15%. Isso porque os jogos acontecerão na Rússia, em horários de madrugada aqui –se fossem mais tarde, o potencial de vendas seria maior.
Mesmo sem a competição esportiva, as vendas já aumentaram –no primeiro semestre, foram 28% maiores que no mesmo período de 2016, diz Lourival Kiçula, presidente da Eletros (associação de fabricantes do setor).
"São dados positivos depois de um ano muito fraco. Televisores estão em alta, mas outros eletrônicos não."
As vendas melhoraram e, consequentemente, a produção também, mas ainda há muita capacidade ociosa na indústria, diz Ricardo Freitas, presidente da Semp TCL.
"Ainda vai demorar para haver investimento produtivo, o mercado era de 15 milhões e caiu para 8 milhões."
NA TELINHA - Importação de componentes de aparelhos de TV, de janeiro a setembro, em US$
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Galvão Engenharia, em recuperação judicial, enfrenta ação em arbitragem
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem agendado o julgamento de uma ação da Galvão Engenharia que foi condenada, em câmara de arbitragem, a pagar a dívida com uma prestadora de serviços.
Como a empresa de construção está em recuperação judicial, afirma que não pode haver execução da sentença, segundo pessoas ligadas à sua defesa jurídica.
A decisão arbitral foi tomada depois da homologação da recuperação, que congela os pagamentos de dívida, mas o fato gerador é anterior, e por isso há questionamentos.
A defesa da empresa prestadora de serviços foi procurada pela coluna, mas preferiu não se pronunciar.
Há outros 20 casos semelhantes em tramitação no STJ em que a Galvão é parte, afirma o representante legal.
É comum que empresas em recuperação judicial sejam condenadas em arbitragem e enfrentem pedidos de pagamento de dívidas na Justiça, diz Carlos Forbes, presidente do CAM-CCBC, uma das principais câmaras do país.
"O valor deve ser incorporado ao quadro geral de credores que vão tomar a decisão sobre o plano de recuperação -é como se a obrigação de pagar sempre houvesse existido", afirma Forbes.
Raio-X
25.mar
foi a data em que a empresa pediu recuperação judicial
R$ 2 BILHÕES
era a dívida concursal
R$ 298,9 MILHÕES
foi a receita operacional líquida em 2016
R$ 75,2 MILHÕES
foi o prejuízo líquido no mesmo período
Fonte: A&M e Galvão Engenharia
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Tíquete medicação
A Alelo, de cartões de benefícios, aguarda as novas regras trabalhistas entrarem em vigor para começar a atuar no setor de farmácias, segundo o presidente da empresa, Raul Moreira.
A previsão é que o novo meio de pagamento seja usado na compra de medicamentos e represente 10% da carteira da Alelo. Hoje, 90% vêm do setor de alimentação, e 10%, de outros serviços.
"Com a nova CLT, as empresas poderão dar benefícios sem que isso seja tributado como salário. É um primeiro passo, depois traremos ajuda de custo para consultas médicas, por exemplo."
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Aposentadoria internacional
Um acordo previdenciário com a Índia deverá ser celebrado e levado ao Congresso até o fim deste ano, segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria).
A medida é considerada importante por multinacionais brasileiras que transferem seus funcionários para outros países, afirma Fabrizio Panzini, da entidade.
"Quando há um acordo, o custo do colaborador para a empresa é reduzido em cerca de 66%", diz ele.
Na maioria dos casos, as companhias ficam isentas de pagar contribuições no Brasil. Na prática, isso evita a bitributação, mas reduz a arrecadação previdenciária.
"Temos recebido um sinal positivo do governo em relação às negociações. Não há um dano tão significativo ao caixa da Previdência e há uma geração de investimentos lá fora que só acontece após os benefícios."
O Brasil tem 14 acordos bilaterais e 2 multilaterais, segundo a CNI. A negociação com os Estados Unidos, tida como prioridade, ainda tramita no Congresso brasileiro.
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Alimentação A Sapore será a fornecedora das casas de show da Time For Fun e de seus eventos, como o festival Lollapalooza. O valor do contrato não foi revelado.
Etílico O Spa do Vinho Hotel, na Serra Gaúcha, passará por uma revitalização cujo investimento total soma R$ 5 milhões. O aporte será feito por um grupo de mais de quatro sócias.
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com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA, IGOR UTSUMI e LETÍCIA NAÍSA
Livraria da Folha
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