Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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Notas promissórias mais que triplicam em volume até outubro
João Wainer/Folhapress | ||
Cédulas de real |
As notas promissórias, um título de dívida que as empresas emitem para se financiar, mais que triplicaram nos primeiros dez meses do ano, na comparação com 2016, de acordo a Anbima (associação de mercados de capitais).
As emissões desse de papel somaram R$ 18 bilhões até outubro, contra R$ 5,9 bilhões do mesmo período do ano passado. É a maneira de financiamento por título que teve o maior crescimento.
Outras modalidades também tiveram altas, mas nenhuma cresceu na proporção das notas promissórias.
O título geralmente tem prazo curto, de seis meses a um ano, diz Fabio Zenaro, superintendente da B3. "O perfil é de empréstimo ponte. Às vezes, a empresa se prepara para emitir debênture, mas precisa de fôlego e usa nota."
A queda das taxas básicas de juros fizeram as emissoras procurarem mais a solução: muitas usam as notas para quitar dívidas mais caras, afirma Mauro Tukiyama, diretor de renda fixa do Bradesco BBI.
"Tem havido busca para investimentos em capacidade fixa de produção e capital de giro, mas em menor grau. Isso é o que vai puxar [as emissões] de agora em diante."
Uma regra ajudou a impulsionar o papel. Empresas não podem emitir debêntures em sequência. As que querem aproveitar o momento de mercado, mas estão impedidas por essa quarentena, colocam notas promissórias.
A captação por meio de títulos no exterior também subiu neste ano, diz Aguinaldo Barbieri, gerente de mercado de capitais do Banco do Brasil: "já foram US$ 27,9 bilhões neste ano, contra US$ 20,2 bilhões em 2016 inteiro".
O ANO DOS TÍTULOS - Emissões de dívidas por parte de empresas
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Otis compra área de elevadores da Mitsubishi no Brasil
A fabricante de elevadores e escadas rolantes Otis comprou a divisão brasileira da Mitsubishi que atuava nesse setor sob o nome Melco.
O principal objetivo é fortalecer sua atuação no mercado de manutenção e modernização de equipamentos, afirma Julio Bellinassi, diretor-geral da companhia para a América do Sul.
"A Mitsubishi tem uma carteira de serviços forte principalmente no Sul e no Sudeste, regiões onde nosso portfólio é bem significativo. É uma aquisição que fortalece o nosso atendimento a elevadores multimarcas."
O valor da transação não foi revelado. A Melco teve prejuízo de R$ 28,1 milhões em 2016 e, em agosto deste ano, possuía capital social de R$ 138,4 milhões, segundo atas publicadas no "Diário Oficial" do Rio Grande do Sul.
A Otis tem mais de 2.000 colaboradores no Brasil. "Ainda é muito cedo para falarmos [como será a absorção do portfólio] de novos equipamentos, da fábrica deles em Guaíba (RS) e de enxugamento de estrutura", diz Bellinassi.
O acordo de compra inclui o fornecimento de peças e a transferência de conhecimento técnico da Mitsubishi para a compradora, que assumiu os contratos pendentes da multinacional japonesa na última terça-feira (21).
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Atratividade energética
O mercado livre de energia se tornou mais vantajoso em novembro, mas não o suficiente para atrair clientes que são tarifados pelas distribuidoras, segundo a FDR Energia.
A comercializadora mede, mensalmente, a viabilidade financeira da migração de usuários menores, e registrou crescimento no índice após cinco meses de queda.
Estados como Goiás, por exemplo, tiveram um reajuste alto da tarifa do mercado cativo e uma redução na de uso do sistema de distribuição, diz Erick Azevedo, diretor da FDR Energia.
"Essa melhora ainda não impactou a migração. Quem está contratando no ambiente livre hoje são aqueles que precisam renovar contratos."
A discussão de novas regras do mercado, que poderão alterar a contratação para clientes de menor porte, também tem influenciado, diz Alan Zelazo, da Focus.
"Temos visto um volume reduzido de migrações em 2017. A previsão é de uma melhora a partir de 2019."
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Vinhos... A vinícola Salton deverá investir R$ 12,5 milhões em aquisição de novos equipamentos e desenvolvimento de produtos no próximo ano. A maioria dos recursos a ser aportados virá de financiamentos.
...e destilados A empresa vai comprar maquinário para sua unidade de bebidas destiladas, em Jarinu (SP), e prensas para a produção de vinho, em Bento Gonçalves (RS). Entre os produtos que vai lançar, haverá uma linha de licores.
Turismo... A TZ Viagens, rede de agências da operadora Schultz, pretende abrir 19 franquias em 2018. A empresa, que tem atualmente 31 unidades, investirá cerca de R$ 5 milhões de recursos próprios no seu plano de expansão.
...multimarca A companhia, que também vende pacotes de concorrentes da Schultz, tem 45% de suas agências localizadas no Estado de São Paulo. O custo de abrir uma loja da marca pode variar entre R$ 70 mil e R$ 80 mil.
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com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e IVAN MARTÍNEZ-VARGAS
Livraria da Folha
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