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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Com crise e deflação, diminuem as perdas dos supermercados

Crédito: Nilton Cardin - 28.mar.2017/Folhapress Supermercado em São José dos Campos (SP)
Supermercado em São José dos Campos (SP)

Os supermercados reduziram os índices de perdas, a fatia da receita que não entra em caixa por problemas operacionais, como vencimento de produtos e furtos, aponta a SBVC (Sociedade Brasileira do Varejo e Consumo).

"As empresas precisaram dar mais atenção a custos durante os anos de crise porque tiveram de melhorar a rentabilidade", afirma Carlos Santos, presidente da comissão de perdas na entidade.

O número médio de 2017 foi de 1,97% da receita, contra 2,26% do ano anterior.

A Coop redobrou a atenção na prevenção a furtos, diz o presidente Marcio Valle. Parte deles é cometida por clientes e operadores de caixa em conluio. O funcionário pode fingir e não passar um produto pelo leitor óptico, por exemplo.

"Implantamos um monitoramento no ponto de venda para avaliar as operações. Identificamos padrões, como um cliente ser sempre atendido por uma mesma operadora. Instalamos também um sistema para gravar o áudio."

Outro fator que influenciou o índice foi a diminuição de estoques, especialmente em 2017, que teve deflação, diz Everton Muffato, sócio do grupo que leva seu sobrenome.

Se um produto fica mais barato, quanto mais tempo permanece sob a guarda do supermercado, mais valor perde. Por isso, empresas armazenam menos, e um efeito colateral é a redução de perdas.

"É o contrário da inflação, quando aumentam os estoques. Além disso, o setor também teve de proteger a rentabilidade por causa da crise."

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Juro menor para fundos regionais impulsiona redução na Finep

A aprovação de juros menores para fundos regionais de desenvolvimento na última semana poderá ser um precedente para queda da taxa em projetos de inovação, diz a Finep (ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia).

O órgão incluiu na minuta da Medida Provisória, que faz mudanças no FNDCT (fundo de desenvolvimento científico e tecnológico), uma proposta para alterar a taxa paga ao tomar empréstimos para financiar empresas.

Usa-se atualmente a TJLP, que está em 6,75% ao ano, mais um spread que varia conforme o projeto. O plano é que seja adotada uma alíquota estabelecida pelo conselho diretor do FNDCT.

"Se não houver condições para estabelecer taxas de juros especiais para fomentar a inovação, em que compartilhar risco é essencial, uma instituição como a nossa se inviabiliza", diz Marcos Cintra, presidente do órgão.

Integrantes do Ministério de Ciência e Tecnologia dizem que o titular da pasta, Gilberto Kassab, já se posicionou a favor da minuta.

O ministério informa que a proposta está em análise interna antes de ser encaminhada para a Casa Civil.

Feliz emprego novo

Os brasileiros que mudaram de emprego em 2017 estão entre os mais satisfeitos no mundo com a nova posição, segundo o BCG.

Cerca de 77% dos entrevistados afirmam que estão mais felizes com o próprio posto de trabalho após migrarem para uma nova empresa.

Entre os fatores que motivaram a mudança de cargo estão demissões, falta de oportunidades de crescimento e insatisfação com salários e benefícios.

O Brasil ficou atrás apenas de outros dois emergentes: a China, que registrou 84%; e a Índia, com 83%.

A consultoria entrevistou aproximadamente 13 mil pessoas em 13 países.

Os brasileiros também estão entre os que menos descartam trabalhar em outras nações: 73% disseram que considerariam sair do Brasil, se fosse necessário. A média global foi de 61%.

Menos fintechs

O número de fintechs criadas em 2017 foi 83% menor que o registrado em 2016, segundo a Deloitte. Por outro lado, há um crescente número de aquisições de empresas inovadoras de serviços financeiros no mundo.

"A tendência é de maior consolidação, o que indica maturidade do setor, inclusive no Brasil", diz Paschoal Baptista, sócio da consultoria.

O estudo mostra ainda que essas start-ups têm buscado formas de financiamento além de fundos de venture capital, que ainda respondem pela maior parte dos recursos aportados nas companhias.

A abertura de capital, porém, caiu no mundo em 2017: duas, contra 11 em 2016, ano recorde nessas operações.

"O momento de euforia acabou, e o mercado exige resultados das empresas, o que explica a queda", afirma.

com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e IVAN MARTÍNEZ-VARGAS

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