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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Após emissões, busca por hedge cambial cresce

Crédito: Marcos Santos/USP Imagens O tipo mais comum de hedge cambial que as companhias procuram é o contrato a termo de moeda
O tipo mais comum de hedge cambial que as companhias procuram é o contrato a termo de moeda

A demanda por hedge cambial, uma operação financeira que protege empresas de oscilações do dólar, aumentou nos últimos meses, segundo bancos que trabalham com o produto.

O tipo mais comum de transação que as companhias procuram para essa finalidade é o contrato a termo de moeda, aponta a B3.

O número dessas operações subiu 58% no ano passado, na comparação com 2016. Em valores, a alta foi de 51%.

"Nós vimos um aumento de procura associado à alta de captação de dívida no mercado externo", afirma Nuno Martins, chefe de estruturação de derivativos do BofA Merrill Lynch.

Há capital global em busca de remuneração e, com dificuldade para se financiar internamente, empresas brasileiras emitiram bonds ou outros títulos de dívida em moeda estrangeira, segundo ele.

À exceção das exportadoras, que têm hedge natural porque também recebem em dólar, todas as que fazem captação, posteriormente, buscam proteção, diz.

"Existe uma diligência e uma responsabilidade das companhias dos segmentos que nós atendemos para evitar exposição cambial."

Empresas da faixa de porte intermediário passaram a procurar hedge por causa da possibilidade de turbulências ligadas ao cenário político, segundo um executivo de outro banco internacional com presença no Brasil.

Antes das eleições, há o julgamento de Lula no TRF4. A oscilação do dólar após a revelação dos áudios de Joesley Batista ainda é lembrada, e isso faz os diretores financeiros se precaverem.

Energia do lixo

A comercializadora de energia Capitale vai investir R$ 100 milhões neste ano em três projetos de geração distribuída (quando a produção ocorre no local de consumo ou nas proximidades).

A companhia comprou uma participação minoritária da empresa ZEG Environmental, especializada em queimar resíduos sólidos para transformá-los em gás, vapor ou eletricidade.

"Dois dos projetos já contratados serão com lixo urbano, e o outro será com dejeto industrial", diz Daniel Rossi, sócio-fundador da Capitale.

Uma parcela dos R$ 100 milhões é própria, e outra parte foi captada com investidores e um fundo.

O objetivo das empresas é aumentar a oferta de energia limpa e serem vistas como responsáveis por solucionar o tratamento de resíduos.

"Assim que entregarmos algumas das etapas do projeto, vamos a mercado fazer uma captação extra, hoje estimada em US$ 250 milhões (R$ 804 milhões)", diz Rossi.

"Só na área industrial, a demanda que a ZEG possui atualmente requer R$ 800 milhões em investimentos."

R$ 800 milhões
é o faturamento estimado da Capitale Energia

800 MWm
(Megawatt médio) são comercializados por mês

Aporte japonês

A Omron Healthcare, companhia de equipamentos médicos de origem japonesa, vai iniciar neste trimestre investimentos de cerca de R$ 30 milhões em sua linha de produção em São Paulo.

O montante será aplicado em novos equipamentos para fabricação de inaladores e medidores de pressão.

O aporte ocorre após conclusão da compra das brasileiras MS Inaladores e F Johnson. O negócio movimentou R$ 200 milhões e foi iniciado em 2014.

Com a aquisição das marcas nacionais, a receita bruta da filial brasileira aumentou 17% no ano passado. O faturamento global do grupo em 2016 foi de US$ 7,1 bilhões (R$ 22,79 bilhões).

"Vamos nos preparar para iniciar a exportação a países da América Latina em 2019. Teremos capacidade ociosa para atender do México à Argentina", afirma o presidente da empresa no Brasil, Wanderley Cunha.

Galpão... A vacância nos condomínios logísticos paulistas ficou em 26% em 2017, segundo a CBRE, que faz pesquisa e transações no setor.

...industrial A taxa foi de 27,6% em 2016. A queda deverá seguir em 2018 devido a menos entregas e mais demanda, diz Rodrigo Couto, da empresa.

com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e IVAN MARTÍNEZ-VARGAS.

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