Jornalista, assina coluna com informações sobre diversas áreas, entre elas, política, moda e coluna social. Está na Folha desde abril de 1999. Escreve diariamente.
PF deflagra nova etapa da Operação Acrônimo
A Polícia Federal realiza nesta quarta-feira (16) operações de busca a apreensão no âmbito da Operação Acrônimo. Em Brasília, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na residência do empresário Elon Gomes, sócio da Aliança Seguradora de Saúde.
O advogado de Gomes, Eduardo Toledo, confirmou a visita dos policiais e afirmou que seu cliente foi alvo da ação porque uma de suas empresas, que não é a Aliança, fechou um contrato de publicidade com Benedito Rodrigues de Oliveira.
Amigo do governador Fernando Pimentel, Bené, como Oliveira é conhecido, é um dos principais investigados pela Acrônimo.
Segundo Toledo, o negócio firmado entre Elon Gomes e Bené foi de R$ 200 mil ou R$ 300 mil, "em torno disso".
"Meu cliente jamais se beneficiou com recursos públicos, seja por prestação de serviço, seja por financiamento público. Nada", afirmou o advogado.
De acordo com ele, os policiais levaram "pouquíssimo material"da casa de Elon Guedes, sem especificar, porém, o que foi apreendido.
As investigações têm como alvo o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e sua mulher, Carolina. A Acrônimo investiga supostos desvios de recursos para a campanha de Pimentel ao governo de Minas, em 2014, e suspeitas de tráfico de influência por parte do petista.
A operação é consequência de investigação que começou em outubro do ano passado, durante as eleições, quando a PF apreendeu R$ 113 mil em espécie dentro de um avião que acabara de pousar no aeroporto de Brasília vindo de Belo Horizonte (MG).
No avião estava o empresário do setor gráfico Benedito Rodrigues, o Bené, que trabalhou em campanhas eleitorais do PT e mantém diversos contratos com o governo federal. A Folha apurou, na época, que os contratos previam pelo menos R$ 200 milhões.
Em 2010, ele esteve no centro do escândalo no qual foi descoberto um bunker para produção de dossiês contra tucanos, montado pela pré-campanha de Dilma Rousseff à Presidência.
Também estava no avião Marcier Trombiere Moreira, ex-assessor do Ministério das Cidades –dominado pelo PP. Ele havia pedido licença do governo naquele ano para trabalhar na campanha de Fernando Pimentel, ex-ministro do governo Dilma Rousseff e eleito governador de Minas pelo PT.
Trombiere afirmou, na época, que estava de carona no avião monitorado pela polícia e que carregava cerca de R$ 6.000 sacados de sua própria conta bancária para eventuais despesas médicas.
Também na época, o presidente do PT, Rui Falcão, disse que a apreensão não poderia ser colocada na conta do partido. O mesmo fez a coligação de Pimentel, que afirmou que não não poderia ser responsabilizada pelos valores.
O avião, um turboélice King Air avaliado em R$ 2 milhões, foi apreendido pela Justiça Federal a pedido da PF.
Colaborou GABRIEL MASCARENHAS, de Brasília
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