Jornalista, assina coluna com informações sobre diversas áreas, entre elas, política, moda e coluna social. Está na Folha desde abril de 1999. Escreve diariamente.
Autor de 'João Dólar' é multado por página satírica ao candidato tucano
A Justiça Eleitoral multou em R$ 5.000 o autor da página no Facebook "João Dólar Junior", que satirizava o candidato a prefeito de São Paulo pelo PSDB, João Doria. O criador é o jornalista desempregado Fábio Nassif, que irá recorrer da decisão.
O juiz Márcio Teixeira Laranjo determinou também que o perfil seja apagado definitivamente. Ele já tinha sido suspenso após uma decisão judicial no mês passado. Segundo o autor, a página ficou quatro dias no ar, teve 800 seguidores e recebeu a primeira notificação da Justiça 24 horas após ser lançada.
A defesa de Doria, liderada pelo advogado Anderson Pomini, entrou com a ação contra o perfil por seu "intuito de ridicularizar" o tucano. Argumentou ainda que as publicações tinham como objetivo "expressar a ideia de que o candidato não tem afinidade com as classes sociais menos favorecidas economicamente", "relacioná-lo à camada mais favorecida" e "apresentar propostas falsas dirigidas às pessoas afortunadas".
O juiz afirmou que algumas postagens ficavam "nos limites do direito consagrado constitucionalmente à manifestação de pensamento" e outras tinham "natureza ofensiva, como aquela em que sugere que o candidato estaria se apropriando indevidamente de um anel de ouro de uma mulher".
Laranjo reconheceu o caráter satírico da página, mas decidiu pela condenação por causa do anonimato na autoria, vedado pela legislação eleitoral e pela Constituição.
Para Nassif, "a medida é desproporcional e descabida". Militante do PSOL, ele diz que a criação do personagem "João Dólar Junior" não teve intenção eleitoral. "Foi uma ação totalmente individual, da minha responsabilidade. Teve intenção de sátira política."
"João Doria e o PSDB acabam de demonstrar que não têm senso de humor. Fico imaginando como ele lidaria com as críticas caso estivesse em um cargo público", afirma o jornalista.
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