Foi editora do Painel.
Mais Dilma e menos Rousseff
Dilma apresentou-se na sabatina da Folha na segunda-feira (28) mais leve e mais militante que o de costume. Não reagiu mal quando confrontada com temas espinhosos e até defendeu o PT no mensalão, algo que nunca fizera nem nos momentos mais convulsivos do julgamento do Supremo Tribunal Federal.
Em raros momentos, ela fechou a cara quando colocada contra a parede pelos quatro jornalistas que conduziram o debate.
Nos seus três anos e meio de mandato, sempre que transitou por um ambiente que considerava hostil, a petista demonstrava desconforto, até irritação. No debate, porém, pareceu que tentava fugir do figurino tradicional.
Pode ser um indício de metamorfose, uma Dilma que busca se repaginar para o programa eleitoral.
Trata-se da mão do marqueteiro João Santana, que prepara a presidente para ficar mais parecida com a Dilma e menos com a Rousseff, sobrenome que transmite dureza e distanciamento do eleitorado.
Essa é uma medida para desmobilizar a cristalização da rejeição cada vez mais configurada nos Estados do Sudeste, especialmente em São Paulo, a caixinha mágica que definirá esta eleição.
Detalhe: lá, pesquisas já mostram alguma transferência de votos do tucano Geraldo Alckmin para o presidenciável do PSDB, Aécio Neves.
A humanização de Dilma pode evitar que ela atraia nas urnas o voto de rejeição com o único objetivo de derrotá-la e não necessariamente eleger uma opção melhor. As sondagens demonstram que petista seria derrotada em SP no segundo turno tanto por Aécio quanto por Eduardo Campos (PSB).
O perigo é o voto de rejeição se tornar mais definidor nas eleições que a manifestação de aceitação. Ou, em português mais claro, transformar a sucessão presidencial numa eleição onde o contra tenha mais peso que o a favor.
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