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O jornalista Nelson de Sá cobre mídia e cultura na Folha. Escreve de segunda a sexta.
No exterior, veem-se nuvens sobre a concorrência financeira no Brasil
Na segunda (15), o "New York Times" reportou um novo relatório do Goldman Sachs:
— O Brasil experimenta uma onda de crescimento em tecnologia financeira que deverá comer fatias de mercado dos grandes e há muito intocáveis bancos do país, diz Goldman.
O sistema financeiro brasileiro seria "particularmente suscetível" aos novos concorrentes digitais, como o Banco Original, devido à "estrutura de mercado oligopolística", segundo trechos do relatório citados pelo jornal americano.
Na terça, a agência Reuters ouviu com exclusividade, de um diretor do Banco Central do Brasil, que a instituição "estuda implementar regulação neste ano para empresas de tecnologia financeira".
Na quarta, estoura a delação do J&F, dono do Original.
E no sábado o principal canal financeiro dos EUA afirmou em análise que, ao alcançar Michel Temer, o escândalo brasileiro de corrupção ameaça "um 'boom' em tecnologia financeira" no país, citando outro relatório sobre o setor, da Moody's. Do analista da CNBC:
— Com Temer balançando na beira do precipício, nuvens agora pairam sobre a transformação do país numa potência da tecnologia financeira.
ECONOMIA EM JOGO
Vinod Sreeharsha, o jornalista do "NYT" que noticiou o relatório do Goldman Sachs, é um dos quatro que vêm fazendo cobertura quase diária da retomada da crise política no Brasil. Na edição de domingo, por exemplo, "Temer afirmou no sábado que os esforços para restaurar a estabilidade econômica estão em jogo se seu governo cair".
De outro texto, intitulado "Escândalo levanta temor de volta do turbilhão", na primeira página de sábado:
— Dias atrás, no Brasil, o mercado de ações estava subindo, os banqueiros estavam aplaudindo. Então, em questão de horas, tudo começou a desabar .
PARA OS BRAVOS
O "Financial Times", que até as novas revelações vinha defendendo aplicar no país de Michel Temer, também passou nesta semana à cobertura quase diária, com diversos jornalistas.
E adotou a ironia em reportagens e análises, com enunciados como "Açougueiro deixa Temer no fio da navalha", "Não é hora de Temeridade nas ações" e "Mercado é para os bravos num país que enfrenta incerteza novamente".
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NEOCENSURA
O "Guardian", com a capa acima nesta segunda, revela as instruções de mais de cem manuais do Facebook aos seus moderadores de "sexo, terrorismo e violência" na rede. O jornal inglês cita, de uma de suas fontes para o material, que "o Facebook não consegue manter controle sobre seu conteúdo".
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