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O jornalista Nelson de Sá cobre mídia e cultura na Folha. Escreve de segunda a sexta.
Alemanha e Estados Unidos racham; Ocidente 'está se desintegrando'
Nas manchetes transatlânticas, o desabafo da chanceler alemã no domingo, de que a Europa não pode mais contar com os Estados Unidos, foi seguido por outro na segunda-feira, do vice-chanceler alemão, de que os EUA estão enfraquecendo o Ocidente.
O presidente americano reagiu com um tuíte raivoso contra a Alemanha, na terça de manhã. Na comédia que é a Casa Branca hoje, o porta-voz garantiu horas depois que Trump e Merkel têm uma relação "incrível".
A tensão de um racha ocidental se alastra pela cobertura. O exemplo é o "Financial Times", que em coluna descontrolada de Gideon Rachman chamou Merkel de "irresponsável", porque, afinal de contas, "é possível que Trump esteja fora do cargo em breve".
E hoje o "FT" publica coluna também arrebatada do venerando Martin Wolf, que escreve:
— Não é possível ignorar a sombria realidade [de que Trump] está desfazendo o mundo em que vivemos, que foi criado pelos EUA. A aliança ocidental está se desintegrando.
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No 'Financial Times' de terça, Angela Merkel, Donald Trump 'e o fim do Ocidente' |
OUTRA ALIANÇA
John McCain, que comanda a comissão militar do Senado americano, está em visita à Austrália. No título do "Sidney Morning Herald", "McCain apela à Austrália que mantenha aliança com EUA durante governo Trump".
COM OU SEM TEMER
"FT" e "Wall Street Journal", na cobertura cotidiana da crise brasileira, destacam que Temer falou à imprensa estrangeira que "coalizão está firme". Horas antes, o ministro Henrique Meirelles disse que "reformas vão continuar mesmo sem Temer ", no título do "WSJ".
QUEM QUER QUE SEJA
O "Washington Post", no editorial "Elite do Brasil está sendo comida viva por corrupção", alerta para o perigo de "escândalo levar ao caos antes que se possam produzir as reformas desesperadamente necessárias".
APOSTA ARGENTINA
No "New York Times", "Em meio à convulsão política, uma aposta de US$ 200 milhões nas 'start-ups' de tecnologia do Brasil". Foi feita pelo fundo Kaszek, de Buenos Aires.
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'PECHINCHA'
Na agência Bloomberg, acima, as sandálias Havaianas "coloridas usadas por Kim Kardashian e Gwyneth Paltrow", geralmente caras, estarão baratas para o investidor que quiser comprar a marca do grupo J&F, que precisa levantar dinheiro depois de "admitir crimes de corrupção".
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