É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
e segundas-feiras.
Pressão alta
Carlos Miguel Aidar admite que seu plano é ajudar Rogério Ceni a se tornar técnico ao final de sua carreira, em dezembro. A revista "Placar" que está nas bancas chama o projeto do presidente de "Rogério-2016".
Aidar não confirma a data e sim a ideia de auxiliar se o goleiro-ídolo decidir mesmo ser treinador.
A história não é nova. É apenas mais um ingrediente na relação sem amor entre a diretoria e Muricy Ramalho. Por filosofia, o São Paulo não mudará o técnico no meio de um campeonato. Mas, se o mandato de Carlos Miguel Aidar começasse em janeiro, o escolhido não seria Muricy.
É diferente a situação de Ricardo Gareca no Palmeiras. A pressão vem de fora. O sonho de Nobre e Brunoro é ter uma relação duradoura. Todo mundo sabe da necessidade de somar pontos no clássico de hoje e contra o Sport, quarta. Mas a expectativa de melhoria dos resultados é a partir de domingo que vem, no Pacaembu, contra o Coritiba.
Claro que esse não é o desejo das arquibancadas.
No caso palmeirense, é preciso saber lidar com a pressão externa, da torcida e dos conselheiros.
No São Paulo, a cobrança vem de dentro. Na sexta, houve uma longa reunião do vice-presidente Ataíde Gil Guerreiro com elenco e comissão técnica. Ninguém engole a eliminação da Copa do Brasil para o Bragantino. Ninguém aceitará a derrota hoje. A obrigação de Muricy é levar o time à Libertadores, com uma das quatro primeiras posições do Brasileirão ou com o título da Sul-Americana.
Também pesa a eliminação no Paulistão contra a Penapolense.
Por isso, mesmo os que não jogaram na Copa do Brasil estarão menos seguros hoje. Kaká atuou seis vezes contra o Palmeiras, ganhou uma só. Alan Kardec terá o Pacaembu inteiro contra si.
O prestígio de Muricy da época do convite para treinar a seleção, em 2010, desapareceu. Há críticas a seu trabalho no Santos. Há também no Palmeiras, embora este seja um caso diferente. Gilson Kleina, Felipão, Antônio Carlos Zago, Vanderlei Luxemburgo... Ninguém saiu ileso do Palmeiras desde o título da Libertadores de 1999.
Há mais culpa do clube do que dos técnicos neste caso.
A direção admite que sua intenção seria ter o time montado a esta altura do ano. Ricardo Gareca segue com sua equipe em obras, dadas as mudanças seguidas de formações e os 35 jogadores contratados.
Existe a certeza de que o elenco atual e a manutenção da comissão técnica farão o time começar 2015 muito mais forte do que está agora.
A única contratação que o Palmeiras não fez nos últimos 17 meses foi a tal continuidade. Dá muito certo no Cruzeiro.
Também costumava funcionar no São Paulo. Em 12 de setembro, Muricy fará aniversário no comando. Mesmo que vença o clássico, não há muitos fãs seus torcendo para que sopre a segunda velinha no ano que vem.
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