É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
e segundas-feiras.
A vida de Felipão
Felipão recebeu Fábio Koff em sua casa, em São Paulo, na manhã de 29 de julho. Fazia apenas vinte dias da derrota por 7 x 1 para a Alemanha, a cicatriz não havia fechado ainda. Nem a dele nem da torcida do Brasil. Fábio Koff se despediu e o técnico campeão do mundo em 2002 foi falar com dona Olga, sua mulher. Não aceitar era mais do que um conselho.
Felipão ouviu e retrucou: "Olga, você não está entendendo! Minha vida é o futebol!"
A conversa não completou quatro meses. Somados os pontos desde a estreia no Grenal do primeiro turno, Felipão tem 38 e só o São Paulo, com 39, é melhor nesse período –o Cruzeiro tem 37.
Mudou-se para Porto Alegre elogiando o trabalho das divisões de base do Grêmio.
Poderia escalar jogadores como o goleiro Léo, o zagueiro Bressan, o atacante Lucas Coelho, o ponta-de-lança Luan...
Editoria de arte/Folhapress |
É contraditório que em quatro meses tenha permitido a saída do diretor das divisões de base, Júnior Chávare, contratado pelo São Paulo. Mas escalou todos os jogadores que citou.
Às vezes é criticado por montar seu time com quatro volantes. Funciona quando isso serve para liberar os mais talentosos. Com Wallace, Felipe Bastos e Ramiro marcando, Dudu e Luan ficaram livres para jogar e foram os melhores em campo nos 4 a 1 sobre o Inter, ontem (veja ilustração abaixo).
Uma das razões da demissão de Enderson Moreira, na 12ª rodada, foi não digerir a goleada do Inter por 4 a 1 no Gauchão. Felipão vingou a alma gremista.
Nada disso jamais vai apagar os 7 x 1 da Alemanha. Nem o 7 x 1 apagará o espírito de competição de Felipão. O futebol é mesmo sua vida.
PERSEGUIÇÃO
O Cruzeiro é o melhor time do Brasil, mas não é o melhor do segundo turno. Este é o Atlético-MG, líder com 27 pontos, um acima do São Paulo, com 26.
O risco cruzeirense é exatamente este. Na reta de chegada do ano, vai alcançar 76 partidas, treze a mais do que no ano passado, somando os amistosos.
A língua de fora é evidente, mas o Cruzeiro empatou com o Santos nos dez minutos finais da Vila Belmiro. O São Paulo também está cansado e venceu o Vitória com gol de Kaká aos 32 min do segundo tempo.
Muricy segurou Michel Bastos e Kaká e escalou reservas.
Escalou os meias decisivos na hora certa e preservou Alan Kardec, que ontem faria sua 20ª partida consecutiva.
Mantém dois riscos para o Cruzeiro. Um deles é ser campeão com duas rodadas de antecipação, contra o Goiás, dia 23. E entrar em crise se perder a Copa do Brasil para o Atlético no dia 26.
Outro, pior, é permitir a aproximação do São Paulo. Difícil... Mas o time de Muricy está fazendo a sua parte de maneira valente.
O RISCO DE ABEL
Pela primeira vez no Campeonato Brasileiro, o Internacional está abaixo do Grêmio na tabela de classificação. Se for assim no fim da campanha –com o consequente risco de ficar fora da Libertadores– o Inter será um dos clubes que irão procurar Tite, até agora disponível no mercado.
SEGUE O RISCO
A derrota para os reservas do Atlético só não atrapalhou o Palmeiras porque o São Paulo ajudou. A distância para a zona da degola continua em cinco pontos com uma rodada a menos para jogar. Domingo, a missão é dura: quebrar o tabu de não vencer o São Paulo no Morumbi há doze anos.
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