É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
e segundas-feiras.
O tabu de Robinho
Pelé perdeu nove vezes para o Corinthians. Robinho, uma só. E o clássico da derrota, pelo primeiro turno do Brasileirão do ano passado, teve gol do zagueiro Gil aos 39 do segundo tempo, três minutos depois de o atacante do Santos ser substituído.
Com Robinho em campo, o Santos nunca perdeu do Corinthians. São oito vitórias, dois empates e uma derrota, aquela em que deixou o campo com empate por 0 a 0, antes de Gil marcar de cabeça.
É incrível! E mais ainda porque raras vezes o Corinthians esteve tão perto da derrota quanto ontem, depois do gol de Ricardo Oliveira, jogada iniciada por Robinho.
O Santos suou sangue para perder só por 1 a 0 no primeiro tempo, período em que os corintianos foram bem melhores.
Depois da saída de Elano para a entrada de Geuvânio, o Santos passou a mandar no jogo.
O domínio da equipe de Tite nos primeiros 60 minutos explica-se pela qualidade do time que melhor futebol jogou no Brasil em 2015, mas também pela atitude de marcar no campo de ataque.
Os laterais do Santos não tinham liberdade para fazer o primeiro passe. Volantes e zagueiros também não tinham.
Editoria de arte/Folhapress |
campinho PVC |
A asfixia à saída de bola do rival fez o Corinthians ter mais presença no ataque, mais chances de gol, sair para o intervalo com vantagem.
A receita para ser melhor do que o Corinthians de Tite é desarmar mais. No meio da segunda etapa, o Santos já tinha sete bolas roubadas a mais do que os corintianos, índice semelhante ao de Buenos Aires contra o San Lorenzo.
O Corinthians pratica o futebol mais moderno do Brasil. Marca por pressão, tem as linhas compactas, zagueiros rápidos, meias que se deslocam para se juntarem ao ataque. Os laterais participam do ataque, mas também fazem a saída de bola e normalmente são os melhores passadores do time.
Nada disso exclui riscos. Quase perdeu do San Lorenzo assim como sofreu no segundo tempo de ontem contra o Santos. E sofrerá nas quartas de final, por um capricho do regulamento do Paulistão.
A equipe de melhor campanha da primeira fase enfrentará o adversário mais organizado do interior do Estado. Corinthians x Ponte Preta era também o confronto de 2012, quando Tite dirigia o campeão da primeira fase e Gilson Kleina era o treinador da Ponte, oitava classificada naquele ano.
No Pacaembu, a Ponte venceu por 3 x 2 e eliminou o Corinthians, mais tarde campeão da Libertadores e mundial de clubes.
O Campeonato Paulista é traiçoeiro, com seu regulamento de mata-mata em jogo único nas duas fases anterioes à decisão. Tão traiçoeiro a ponto de exigir cautela do Corinthians, o clube que mais merece ler que jogou bem neste início de ano.
Sorte corintiana que nas quartas de final Robinho não jogará pelo adversário.
CADÊ O VOLANTE?
Denilson é o melhor passador do São Paulo, mas só passa de lado. E desarma menos do que Ganso. Depois de Ganso perder a bola no meio, Denílson deu combate, mas não seguiu na jogada. Quando Vitor entrou na área, de frente para o gol, faltava alguém persegui-lo. Era um volante.
JUSTIÇA!
Os 29 mil pagantes de Palmeiras x Mogi Mirim elevam a média de público do estádio alviverde para quase 27 mil em 2015. É a mesma receita de Itaquera. Arrecadar R$ 25 milhões por ano com o Avanti é ótimo. Mas o grande prêmio será ser o primeiro clube a ter mais de 98% de ocupação do estádio.
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