É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
e segundas-feiras.
Abaixo de zero a zero
Alexandre Mattos e Paulo Nobre montaram o elenco do Palmeiras seguindo princípios muito semelhantes aos que levaram o Cruzeiro ao bicampeonato brasileiro. Não é necessariamente o bastante para transformar um time que brigou para não cair até a última rodada em aspirante ao título. Mas ainda pode ser.
Vencer fora de casa depois do empate contra os reservas do Atlético-MG reforçaria a ideia de que o elenco amplo pode dar fôlego para o Palmeiras disputar o enduro de regularidade que é o Brasileirão. Só que ainda há defeitos graves a corrigir.
Na sexta-feira, antes da viagem para Santa Catarina, Oswaldo de Oliveira admitiu que sua equipe apresentou problemas na saída de bola, na partida da Copa do Brasil contra o Sampaio Corrêa.
Isso tem se repetido e voltou a acontecer em Joinville. A bola sai sempre lentamente do pé de Gabriel. Contra o Sampaio, além de lento, o passe foi impreciso. Ontem, um pouco menos.
Mesmo quando é perfeito, o passe lento dá tempo para o adversário se posicionar. O Palmeiras precisa ser mais rápido. Oswaldo de Oliveira tem montado suas equipes com enorme tempo de posse de bola, mas nem sempre com rapidez para fazer a transição em tempo de surpreender a defesa.
O Botafogo que dirigiu e levou à Libertadores em 2013 era assim. O mais perfeito time organizado por Oswaldo era o Corinthians campeão mundial de 2000.
Na sequência daquele ano, a mesma formação apenas com Edu Gaspar substituindo Rincón –negociado com o Santos– apresentou velocidade incrível e resultado terrível.
Tão rápido quanto chegava à área adversária, levou sete gols do Palmeiras em dois jogos e terminou eliminado nas semifinais da Libertadores.
Editoria de arte/Folhapress |
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Hoje, quando a bola chega ao ataque, também falta qualidade. A troca de passes é óbvia, faltam ultrapassagens pelos lados, tabelas e infiltrações. Muitas vezes a troca lenta de passes chega às laterais para cruzamentos da intermediária, que facilitam a vida da defesa adversária. Lucas e Egídio repetiram a estratégia à exaustão no primeiro tempo em Joinville.
Vencer fora de casa seria essencial, porque o Palmeiras sabe bem o que tem pela frente. Na próxima rodada, o Goiás no Allianz Parque. Depois, visita o Corinthians em Itaquera e recebe o Inter, que estará na pausa da Libertadores. Na seqüência, Figueirense fora de casa.
O acúmulo de empates pode significar pressão, com uma tabela que pode provocar corda no pescoço na décima rodada.
O Palmeiras tem elenco, mas ainda não tem time. Esse é o grande desafio de Oswaldo de Oliveira para as próximas três semanas, que vão definir se o Palmeiras terá um ano feliz, brigando por título ou vaga na Libertadores. Ou se vai passar mais uma temporada distante de sua vocação campeã.
A VOLTA DO 1 A 0
O Corinthians lidera o Brasileirão com 100% de aproveitamento nas duas rodadas. Mas voltou à sua característica dos últimos anos. Um a zero é goleada. Foi pragmático contra a Chapecoense e fez sentido o jogo chorado, porque importante era vencer para recuperar o ânimo.
MELHOR FUTEBOL
O melhor futebol das duas primeiras rodadas é do Atlético. Com os reservas contra o Palmeiras, com os titulares contra o Fluminense, mostrou força pelos lados do campo, poder de marcação e criatividade. Fora da Libertadores, o Atlético é candidato a acabar com jejum de 44 anos.
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