É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
e segundas-feiras.
A história indica que o Palmeiras será campeão
Reprodução/Esporte Interativo | ||
Policia Militar revista em torcedores do Corinthians no Maracanã |
Foi o 11º clássico seguido entre Santos x Palmeiras na Vila Belmiro sem derrota santista. A história dá noção de como era difícil para o líder do campeonato sair ileso da viagem de ontem. O Palmeiras estava pronto para marcar num contra-ataque quando Copete fez o gol da vitória. Mexeu na tabela, mas não tanto.
Agora, são cinco pontos de vantagem para o Flamengo. Esta distância não foi retirada por nenhum campeonato nos pontos corridos. Nem pelo Flamengo de 2009, que estava quatro pontos atrás e foi campeão. A história indica que o Palmeiras será campeão.
A SAÚVA DO FUTEBOL
A boa vontade do presidente do STJD, Ronaldo Piacente, é tão comovente quanto sua desinformação. Depois de definir o fechamento do setor norte de Itaquera e proibir a entrada das torcidas uniformizadas do Corinthians, Piacente declarou tratar-se de decisão inédita.
É tão velho quanto tirar merenda da boca de criança.
Em 1995, um antigo promotor público decretou a extinção da Mancha Verde e da Independente. A Mancha seguiu sentando-se no mesmo lugar das arquibancadas e a Independente continuou cobrando para associar torcedores.
É justo separar as coisas. O STJD faz a punição esportiva. Não pode pôr ninguém na cadeia. Ronaldo Piacente faz o esforço que lhe cabe, mas não é suficiente.
Enquanto só os clubes forem punidos, fechando portões ou setores de estádios, nada vai mudar. Só a esfera criminal pode terminar com a sensação de impunidade. Há assassinos à solta nos bairros, mais do que nos estádios.
A necessidade é de combinar ações dos auditores do STJD com as dos juízes e desembargadores. Não é missão do presidente do STJD. Mas pode ser.
Ronaldo Piacente defende que os clubes colaborem a tirar os vândalos dos estádios. Nesta semana, o West Ham identificou e proibiu 200 fãs de entrarem em seu estádio. Aqui, há diferenças. Com o gol norte bloqueado, a Mancha Verde convocou pela internet seus sócios a comprarem bilhetes do gol sul.
Há, na Federação Paulista, uma lista de 64 torcedores proibidos de entrar nos estádios. Nem os clubes nem a federação conseguem identificar todos nas catracas. Uma das chances é conversar com os juízes que deram as sentenças para informar essa dificuldade.
A próxima condenação precisa obrigar o torcedor punido a se apresentar na delegacia de seu bairro. Não exigir do clube descobrir quem fura sua punição numa multidão de 30 mil torcedores. É ingênuo, mesmo quando viável.
Outra chance é pedir à prefeitura que cancele a verba de R$ 2 milhões que Gaviões, Mancha e Dragões da Real recebem por serem escolas de samba do grupo especial.
O trabalho para terminar com a violência esbarra na repetição de experiências fracassadas. Federações, CBF, STJD, clubes... A chance de acabar com os violentos é todos cobrarem que a polícia prenda e a Justiça os mantenha presos.
Veja o esforço dos policiais do Rio de Janeiro depois das cenas de pancadaria em Flamengo x Corinthians. Incrível como funcionou quando o agredido foi um policial.
Mas não importa nem se for por corporativismo da polícia. Ou o futebol acaba com a violência ou a violência acaba com o futebol.
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