É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
e segundas-feiras.
Palmeiras fez 4 a 2, mas ainda não é totalmente convincente
Cesar Greco/Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação | ||
Hyoran comemora gol feito no São Paulo, no Allianz Parque |
O Palmeiras cruzou onze vezes em vinte minutos, média de um levantamento a cada duas voltas do relógio. Antes que se atribua toda a culpa ao estilo do técnico Cuca, vale lembrar que no ano passado o time campeão brasileiro foi o quinto com menos bolas cruzadas.
Ou seja, não é o único prato do cardápio do treinador.
Piorou neste ano, porque o time continua sem estar montado. O São Paulo aproveitou desse fato.
Aos 13 minutos, Pratto recebeu atrás dos dois volantes palmeirenses, Bruno Henrique e Tchê Tchê, de frente para os zagueiros, Edu Dracena e Luan. O passe perfeito entrou no mesmo espaço do gol são-paulino no primeiro turno.
No Morumbi, Pratto recebeu entre o zagueiro e o lateral-esquerdo. No Allianz Parque, Marcos Guilherme jogou entre Luan e Michel Bastos.
Há exemplos evidentes da falta de jogo coletivo do Palmeiras.
Aos 22 da segunda etapa, quando o clássico já estava empatado por 2 a 2, Keno duela com Buffarini na ponta esquerda. Mais dois defensores do São Paulo estavam ao seu redor e nenhum colega para fazer o passe.
A única opção foi Michel Bastos, também solitário, três passos atrás. Foi dali saiu o cruzamento.
Da mesma ação, saiu o gol de Deyverson, bem anulado por impedimento de Jean.
No São Paulo, outra vez Hernanes foi referência. Já são seis gols em seis partidas, o segundo apenas com bola rolando. Isso porque desperdiçou a chance de matar a partida, num contra-ataque aos 30 do segundo tempo. A oportunidade desperdiçada por Hernanes e outra, dois minutos mais cedo, por Rodrigo Caio, poderiam dar a vitória por 3 a 2 ao São Paulo. Especialmente a jogada de Rodrigo Caio, que furou.
Ainda houve um terceiro contra-ataque que ampliou a tensão nas arquibancadas do Allianz Parque, um segundo antes da jogada de Deyverson e do passe para Keno encher o pé no canto de Sidão.
"Vai na frente e não faz o gol!", diz o goleiro são-paulino após o lance. A imagem da TV flagrou a reclamação do goleiro logo depois de sofrer o gol, da quinta vitória do Palmeiras em cinco clássicos no novo estádio palmeirense.
Cuca terá duas semanas de paz. Já o São Paulo viverá quinze dias de angústia e de distância maior ainda para sair da zona de rebaixamento do Brasileiro.
O resultado tem a ver com o mando de campo.O Palmeiras fez 4 a 2, mas ainda não é totalmente convincente. Mesmo com evolução, chutando dez vezes no alvo, contra quatro do São Paulo. Mesmo atendendo mais ao estilo de Cuca, com 37% dos desarmes no campo de ataque. Porém, ainda não dá a segurança que espera o torcedor.
O São Paulo dá sinais de vida, tem Hernanes como referência, mas é lento para chegar ao ataque e desperdiça oportunidades que uma equipe na briga para não cair não pode se dar ao luxo de perder.
Até a boa notícia de agora possuir um patrocinador master parece mau agouro, porque no centro da camisa está estampado o nome INTER.
A referência é um pedido do banco Intermedium, que quer ser conhecido assim. Impossível esquecer que há um ano, quem vivia o drama, o time grande na zona da degola, era o Inter. Estava em 17º lugar, com um ponto a mais do que hoje possui o São Paulo.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
SEM A BOLA
A vantagem do Corinthians sobre o segundo colocado segue de dez pontos, depois da segunda derrota, no décimo jogo em que teve mais posse de bola do que o adversário. Nas partidas em que o time fica mais com a bola, Carille tem quatro vitórias, quatro empates e duas derrotas.
PODE PIORAR
Com esse retrospecto, a diferença para o vice-líder do Brasileiro, Grêmio, pode cair para sete pontos, se o time gaúcho vencer em Porto Alegre contra o Sport, no sábado (02). A maior distância nesta rodada foi do São Paulo de 2007, sobre o Cruzeiro, vice-líder: oito pontos.
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