É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
e segundas-feiras.
Se vencer em Itaquera, Palmeiras põe mais fogo no ambiente do Corinthians
Rodrigo Coca/Eleven/Folhapress | ||
Torcida acompanha treino do Corinthians para o clássico contra o Palmeiras, no Itaquerão, neste sábado |
O discurso público dos jogadores do Palmeiras contrasta com o que se fala no ambiente interno. "Não acabou! Vamos fortes contra o Corinthians." A frase saiu de dentro do vestiário do Allianz Parque, logo depois do empate contra o Cruzeiro. Contraste com o que se ouviu nos microfones. Ouvia-se: "Foco no G-4."
O Corinthians é favorito ao título. Isso é óbvio.
Daí a Palmeiras e Santos desistirem da briga pela taça vai uma distância grande.
Em 2009, ano da maior virada nos pontos corridos, Mano Menezes dirigia o Corinthians e afirmou que seu time não tinha mais chance, na 18ª rodada. O Flamengo virou o primeiro turno atrás do Corinthians e foi campeão.
O maior adversário corintiano hoje é a insegurança. Carille testou Camacho no lugar de Maycon, Clayson na vaga de Jadson. Precisa encontrar a medida certa para achar o time novo, depois que a formação titular deixou de ser invicta, semana passada.
Logo depois da derrota para a Ponte Preta, questionado sobre a queda de desempenho de Jadson e Rodriguinho, respondeu: "Você estão falando só dos dois, e estou falando de todos."
Há muitas coisas importantes para a afirmação de um técnico. É preciso convencer a torcida, os dirigentes, a imprensa e o vestiário. Depois de tudo isso, perder os jogadores pelas críticas públicas segue sendo um risco. A linha entre a cobrança e a exposição excessiva dos problemas é muito tênue.
Sob o comando de Alberto Valentim, o Palmeiras ainda não venceu nenhum grande jogo.
É o segundo colocado do returno, melhorou seu desempenho, joga mais com a bola no chão do que fazia com Cuca, mas venceu dois times da zona de rebaixamento e os reservas do Grêmio.
Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians/Divulgação - Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação | ||
Fábio Carille e Alberto Valentim, técnicos de Corinthians e Palmeiras, que jogam neste domingo |
Isso, antes de empatar contra o Cruzeiro. Em casa, jogou bem e não venceu.
No segundo turno, o Palmeiras não perdeu como visitante. Mas jogou sete vezes como mandante e ganhou só três. São dez pontos desperdiçados. Se estivesse invicto em casa, como está como visitante, teria chance de assumir a liderança neste domingo. Não tem.
Mas, se ganhar em Itaquera, o Palmeiras colocará mais fogo no ambiente já tenso do Corinthians.
A distância era de 17 pontos há dez jogos. Hoje, é de cinco.
Faltarão seis jogos, três deles em casa. Se perder pontos como mandante como tem perdido, o Palmeiras não ganhará o título nem vencendo em Itaquera. Mas, se o Corinthians perder de vez a paz, a chance aumenta.
A história dos clássicos paulistas, desde 2009, quando o Morumbi deixou de ser o palco dos clássicos paulistas, é dos mandantes. Exceto em Corinthians x Palmeiras.
O São Paulo não ganha do Corinthians em Itaquera nem do Palmeiras no Allianz Parque. Mas Corinthians x Palmeiras não tem lugar. Foram cinco Dérbis em Itaquera, duas vitórias do Corinthians, um empate e duas do Palmeiras.
Na nova casa palmeirense, os corintianos venceram duas vezes, perderam uma e empataram outra.
A última vez que o Corinthians teve menos de três pontos de vantagem na tabela foi antes de jogar contra o Grêmio, em Porto Alegre, pela décima rodada. Uma vitória do Palmeiras não muda o líder. Mas mexe no campeonato.
Livraria da Folha
- Coleção "Cinema Policial" reúne quatro filmes de grandes diretores
- Sociólogo discute transformações do século 21 em "A Era do Imprevisto"
- Livro de escritora russa compila contos de fada assustadores; leia trecho
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade